A estabilidade do sistema financeiro na Guiné-Bissau "foi duramente afectada pelo desenrolar dos acontecimentos dos últimos dois anos", considerou o Banco de Portugal nos Cadernos de Cooperação.
No documento que passa em revista os principais acontecimentos e indicadores económicos do ano passado até ao verão deste ano - data de fecho da publicação -, o Banco de Portugal elogia a melhoria das condições económicas, mas alerta que "as projeções para este ano têm de ser lidas com prudência" por causa da instabilidade política que se vive desde o verão.
"A melhoria da situação interna em 2014, à qual acresceu ainda a boa colheita da castanha de caju e a evolução favorável do preço desse bem, culminaram numa expansão da economia de 2,9%, o que compara com 0,9% em 2013", refere o BdP, no conjunto de documentos de análise sobre a evolução das economias dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste.
Para este ano, a previsão de crescimento é de 4,7%, "impulsionado pela construção e telecomunicações, tal como em 2014, e pela implementação de um ambicioso programa de investimento público".
Os acontecimentos dos últimos anos, diz o BdP, tiveram efeitos também no comércio: "As dificuldades sentidas pelo setor produtor de castanha de caju e a instabilidade política fizeram disparar o crédito em incumprimento, de 6,4% em 2012 para 25,7% em junho de 2014", contribuindo para a degradação do panorama financeiro.
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