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sábado, 5 de outubro de 2013

"Engenheiros sem Fronteiras" (Portugal) Projecto para iluminar a Guiné-Bissau

Projecto para iluminar a Guiné-Bissau está na final do concurso internacional

Lisboa - O projecto dos Engenheiros Sem Fronteiras que pretende iluminar as bancas da região de Bafatá, na Guiné- Bissau, através de uma carrinha móvel e de pagamentos por telemóvel, está na final de um concurso internacional. 

 

O programa Engenheiros Sem Fronteiras -- da organização não-governamental para o desenvolvimento portuguesa TESE -- concebeu as Lojas Sta Claro (crioulo para “está iluminado”) e propõe às populações que adquiram um kit com baterias e painéis foto voltaicos e é uma das dez finalistas do concurso de financiamento internacional West Africa Forum for Clean Energy Financing, que decidirá o/s vencedor/es entre hoje e terça-feira, na República do Gana.  
Em entrevista à Lusa, o director do programa Engenheiros Sem Fronteiras, Miguel Silva, explicou que as Lojas Sta Claro decorrem de um estudo sobre as possibilidades de pagamento das bancas e os valores que as famílias já gastam em "velas, pilhas e todas as outras formas tradicionais de ter iluminação".  

As Lojas Sta Claro vão fornecer energia "a um preço igual ou mais baixo" do que o actualmente gasto, podendo "não ultrapassar os oito euros mensais", e garantir uma "maior proximidade", já que uma carrinha móvel fará a cobrança nas bancas, disse.   
A ideia, acrescentou Miguel Silva, é que as populações não precisem de se deslocar para pagar as taxas cobradas e, para isso, a TESE pediu a uma operadora africana para "estudar a forma de fazer o pagamento através de telemóvel".  
As Lojas Sta Claro vão disponibilizar "três níveis de serviço", adequados às necessidades das famílias identificadas e à sua capacidade financeira.
O primeiro nível garante apenas um ponto de luz, o segundo acumula o ponto de luz com um aparelho de rádio, e o terceiro junta ainda uma pequena arca de refrigeração.  

O mercado alvo é superior a 200 mil clientes, mas o projecto ambiciona abastecer "sete mil, oito mil pessoas, num primeiro momento", disse Miguel Silva, acrescentou que, com um investimento global de 688 mil euros, o projecto prevê ainda a criação de 16 postos de trabalho directos.  
"Levar iluminação a bancas em meios rurais, onde é mesmo muito difícil de o fazer, tem que ser uma das apostas muito fortes da TESE", sustentou o responsável, sublinhando, porém, que "o abastecimento de energia não vale por si só", mas pelo que pode melhorar na "qualidade de vida" das pessoas.
A "diferença" deste projecto - defende Miguel Silva -- está no financiamento proposto, que "vai fugir bastante do tradicional das organizações não-governamentais para o desenvolvimento", pois não se limita a subvenções, alargando-se a "investidores privados ou públicos".  

Um entre 72, o projecto, o único oriundo de Portugal, foi passando as etapas da selecção até à final do concurso mundial, no qual compete com nove candidaturas, que serão avaliadas por um painel de financiadores, investidores e doadores.  
Se não conseguir "convencer os investidores", a TESE vai continuar "a procurar outras formas de financiar" este projecto, adiantou Miguel Silva, assumindo que "um dos grandes sonhos" da organização portuguesa é conseguir "fechar o círculo" de luz, água, tratamento de resíduos e saneamento em Bafatá.  
A TESE actua na Guiné-Bissau desde 2009, sobretudo na região de Bafatá, onde está já em curso um projecto que pretende abastecer de luz, através de uma mini central foto voltaica, a zona de Bambadinca.  

(in: angop)

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