Marcelo Correia, comandante da fragata, acrescentou que o exercício se enquadra no programa Obangame Express 14, promovido pela marinha norte-americana e que envolve 21 países dos continentes americano, europeu e africano.

“Esse exercício tem como grande objetivo promover a cooperação entre os países participantes (…) e reforçar a capacidade dos países da região no combate às ameaças que se desenvolvem aqui no ambiente marítimo, em particular a pirataria e o tráfico ilícito, quer de armas, quer de droga”, explicou o militar.

O exercício está a ser desenvolvido em duas áreas, uma junto aos Camarões – onde se encontra o navio português, um brasileiro, um da Bélgica e dois navios patrulha africanos, um do Gabão e um dos Camarões – e outra junto à Nigéria.

Consiste em treinar técnicas de abordagem e vistoria em navios cooperantes ou não cooperantes e o navio português “está a servir de navio alvo, simulando um navio suspeito de ter sido pirateado”, explicou Marcelo Correia.

“Quando [o navio] é abordado pelas equipas do Gabão e dos Camarões, a equipa de fuzileiros que temos a bordo assiste ao treino e dá instruções”, acrescentou o comandante, explicando que a bordo da fragata portuguesa há ainda 16 militares são-tomenses ao abrigo de um programa de cooperação.

Da guarnição do navio português fazem parte 186 elementos, um oficial da marinha francesa e outro da marinha espanhola, mais 16 elementos da guarda costeira de São Tomé e Príncipe.

O exercício começou em terra, com palestras e instrução destinadas às equipas de São Tomé e Príncipe, Angola (que está embarcada no navio brasileiro), Gabão e Camarões. As técnicas ensinadas em terra estão agora a ser treinadas no mar.

A Fragata Bartolomeu Dias, que partiu de Portugal a 28 de fevereiro e passou por Cabo Verde e por São Tomé e Príncipe, onde realizou acções de cooperação bilateral ao abrigo da iniciativa Mar Aberto 2014, que visa aprofundar a cooperação bilateral com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) segue na quarta-feira para Angola, devendo chegar à cidade de Lobito no dia 27.

Depois do Lobito, o navio segue para Luanda para continuar com a iniciativa Mar Aberto, que inclui treino com a marinha e fuzileiros angolanos, devendo chegar a Lisboa a 20 de maio.

O comandante do navio sublinhou que na sua passagem por Cabo Verde e por São Tomé e Príncipe a tripulação participou em acções humanitárias, aproveitando “as valências e capacidades do navio” que são multidisciplinares.

Na ilha Brava, em Cabo Verde, e na comunidade Monte Café, em São Tomé, a tripulação, que inclui médico, enfermeiro e socorristas, realizou consultas e rastreios médicos e municiou uma pequena escola e jardim-de-infância.