“Estamos perante uma epidemia de magnitude nunca vista”. São estas as palavras do coordenador dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Guiné-Conacri, Mariano Lugli.
O vírus já causou a morte de mais de 60 pessoas, neste país africano. Uma nação que, ao longo da história, tem sido afectada pela fome, pelos conflitos políticos e pela falta de condições mínimas de sobrevivência é, agora, vítima de mais uma epidemia. Uma epidemia sem precedentes e difícil de controlar. O número de casos confirmados já subiu para 110 (dos 197 suspeitos).
Os MSF, que realizaram intervenções em quase todos os surtos de ébola dos últimos anos, consideram que, até agora, os casos conhecidos foram em menor escala e mais restritos geograficamente do que a situação actual. Gueckedou, Macenta, Kissidougou, Nzerekore e Conacri são as zonas mais afectadas.
A grande maioria dos contágios ocorreu no sul da Guiné, considerado o epicentro do problema, especialmente em Guékédou (34 mortos dos 58 casos) e Macenta. Enquanto na capital, Conakry, se registaram pelo menos 36 casos de febres hemorrágicas, com 15 mortos, e a crise já se estendeu à vizinha Libéria, com 13 mortes e mais seis casos confirmados.
Os MSF, que realizaram intervenções em quase todos os surtos de ébola dos últimos anos, consideram que, até agora, os casos conhecidos foram em menor escala e mais restritos geograficamente do que a situação actual. Gueckedou, Macenta, Kissidougou, Nzerekore e Conacri são as zonas mais afectadas.
A grande maioria dos contágios ocorreu no sul da Guiné, considerado o epicentro do problema, especialmente em Guékédou (34 mortos dos 58 casos) e Macenta. Enquanto na capital, Conakry, se registaram pelo menos 36 casos de febres hemorrágicas, com 15 mortos, e a crise já se estendeu à vizinha Libéria, com 13 mortes e mais seis casos confirmados.
Esta epidemia começou em Fevereiro, quando o director do hospital regional da localidade de Macenta visitou um paciente que sofria de uma terrível febre, acompanhada de vómitos severos. Passado uns dias, toda a equipa médica sofria dos mesmos sintomas.
A febre hemorrágica ébola (FHE) é uma doença infecciosa grave e muito rara, fatal em 70% a 90% dos casos. Foi identificada pela primeira vez em 1976, no antigo Zaire, actual República Democrática do Congo, perto do rio Ébola, que acabou por dar o nome ao vírus.
Os primeiros sintomas são febre alta, dores de cabeça, falta de apetite e conjuntivite. Alguns dias mais tarde surge diarreia, náuseas e vómitos com sangue, seguidos de sintomas de insuficiência hepática, renal e distúrbios cerebrais com alterações do comportamento. Para haver transmissão do vírus é preciso contacto próximo com fluidos orgânicos, como urina, lágrimas, sangue, vómito e secreções genitais.
Esta não é a primeira vez que o ébola ataca. Em 2005, Angola registou a primeira grande epidemia do vírus Marburg, da família do ébola. Estas são doenças bastante características de climas tropicais e dificilmente se alastram, em larga escala, para os países ocidentais. No entanto, o risco para o pessoal médico e laboratorial é considerável, se não forem tomadas todas as regras de higiene e segurança.
Os Médicos Sem Fronteiras já enviaram uma equipa de, pelo menos, 60 profissionais para a Guiné-Conakri, para auxiliarem as outras equipas que estão no terreno. Médicos e enfermeiros que, em muitos casos, estão dispostos a dar a vida por quem mais necessita: nos últimos três meses, pelo menos 24 trabalhadores da área da saúde contraíram o vírus, sendo que 13 acabaram por não resistir à doença.
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