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sábado, 26 de abril de 2014

UNIOGBIS admite apoiar o Hospital Militar de Bissau

O Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau (SRSG), José Ramos-Horta, manteve no início desta semana, uma reunião com responsáveis do Hospital Militar Principal.


No encontro, participaram o Director-Geral daquela unidade de saúde, Quinhim Natot, e o Director-Clínico, Augusto Mendes.

Foi feita uma apresentação das valências neste momento disponíveis deste Hospital, que presta cuidados de saúde, não apenas a membros das Forças Armadas e familiares, mas aos utentes em geral.

O hospital enfrenta neste momento, graves carências, sobretudo ao nível dos recursos humanos, médicos, enfermeiros e outro pessoal especializado. As especialidades médicas são as mais afectadas, caso da oftalmologia, serviço que é assegurado apenas por optometristas. Há também dificuldades em dar resposta aos utentes, nas áreas da neurocirurgia, gastrenterologia e imagiologia. É o caso dos exames de TAC (tomografia axial-computorizada), em que há apenas um técnico a operar os equipamentos.

O Hospital Militar Principal (HMP), não obstante apresentar instalações relativamente modernas e adequadas ao serviço que presta às populações – e cujas obras foram apoiadas pela Republica Popular da China, que também destacou 13 técnicos-, precisa urgentemente de um conjunto de apoios públicos, já que, segundo os seus responsáveis, não recebe qualquer verba do Orçamento Geral do Estado, apesar de estar sob tutela do Ministério da Defesa. Mas como referiu o Director-Clínico, Augusto Mendes, “o importante não é só a estrutura física, mas também os recursos humanos”.

A Direcção do HMP, está contudo a estudar várias medidas para tentar superar carências ao nível dos recursos humanos, tendo inclusivamente mantido contactos com a Embaixada de Cuba, dada a experiência daquele país, no sector da cooperação para a saúde. Admite-se que alguns médicos cubanos possam vir para a Guiné- Bissau desenvolver também programas de formação.

As dificuldades orçamentais que o País enfrenta, afectam também o Sistema Nacional de Saúde da Guiné Bissau.
O financiamento próprio do HMP, está em larga medida dependente das taxas pagas pelos utentes, designadamente, 10 mil francos CFA, para internamentos.

A Administração do Hospital Militar Principal, enfrenta ainda graves dificuldades na aquisição de combustível indispensável para o fornecimento de energia eléctrica que é, para já, assegurado pela ECOMIB, a Missão Militar da CEDEAO destacada para a Guiné-Bissau, e que também presta apoio logístico em diversas vertentes.

A alimentação prestada aos doentes, é outra das grandes dificuldades, embora exista já um projecto que para ser implementado, necessita de um encaixe financeiro de 130 milhões de CFA (cerca de 276 mil USD). Estas verbas destinam-se a equipar a cozinha e à aquisição de bens alimentares.

O Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, José Ramos-Horta, disse que fará diligências no sentido de obter apoios para a resolução do problema das refeições aos utentes: “vou fazer o que puder em função da política do novo Governo, através de um pedido formal a quem de direito, a um doador para apoiar a cantina”. Esses parceiros, poderão ser a União Europeia, o Banco Mundial, etc.

Ramos-Horta, considera também que o sector privado nacional podia ajudar neste domínio, como é o caso dos hotéis, onde há sempre alimentos desperdiçados, que podiam ser doados a unidade de saúde mais carenciadas.

O sector privado pode também fornecer sacos de arroz, de farinha e outros alimentos não perecíveis.

O Representante do Secretário-Geral da ONU, no âmbito dos contactos que irá manter, inclui também a Agencia de Cooperação de Timor-Leste, na Guiné-Bissau.


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