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quarta-feira, 23 de abril de 2014

PM de Cabo Verde pede subordinação dos militares ao poder civil

O primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje estar "otimista" com a votação "massiva" dos guineenses nas eleições gerais de 13 deste mês na Guiné-Bissau e pediu a subordinação dos militares aos poderes civis legitimamente eleitos.

 
Em declarações à agência Lusa, José Maria Neves, também presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), destacou o "civismo" eleitoral dos guineenses, destacando que tal representa o desejo de uma mudança para a paz.

"Vi com muito otimismo as eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, porque houve uma adesão massiva dos guineenses, um grande civismo, o que mostra a vontade do povo em reencontrar a paz, a estabilidade, os caminhos da democracia, do desenvolvimento e da dignidade", afirmou.

Para José Maria Neves, a votação foi "um momento importante" na trajetória da Guiné-Bissau nos últimos anos, em que o povo "fez a sua escolha" e deu a vitória ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) nas legislativas, havendo a necessidade de uma segunda volta para eleger o novo Presidente. 
 
"Espero que todos respeitem os resultados, as escolhas dos guineenses e que a Guiné-Bissau possa reconciliar-se consigo mesma, reencontrar os caminhos da paz, da restauração do Estado de Direito Democrático e do desenvolvimento", afirmou.

Questionado pela Lusa sobre se teme que os militares, tal como tem acontecido sempre no passado, possam tomar de novo o poder, José Maria Neves manifestou-se otimista.

"Acho que não. Houve todo um trabalho feito nos últimos dois anos, no período de transição, e espero que também os militares respeitem escrupulosamente os resultados eleitorais e que haja subordinação das Forças Armadas aos poderes civis legitimamente constituídos", frisou.

José Mário Vaz, candidato do PAIGC, com 40,98% dos votos, e Nuno Nabian, independente, com 25,14%, foram os dois candidatos mais votados entre os 13 que se apresentaram às eleições presidenciais guineenses e vão disputar a segunda volta a 18 de maio próximo.

Nas legislativas, apenas cinco das 15 forças políticas que concorreram conseguiram eleger deputados, com o PAIGC a obter a maioria absoluta, elegendo 57 dos 102 parlamentares.

O Partido da Renovação Social (PRS) elegeu 41 deputados e continuará a ser a segunda força política no Parlamento guineense.

O Partido da Convergência Democrática (PCD) obteve dois mandatos, enquanto o Partido da Nova Democracia (PND) e a União para a Mudança (UM) elegeram um deputado cada.


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