O ministro da Administração Interna, Botche Candé, esteve no passado sábado, 19 de Julho, em visita de trabalho para estabelecer contactos porta-a-porta com os antigos ministros do Interior e com antigos altos funcionários da mesma instituição.
A iniciativa do novo responsável para a segurança interna da Guiné-Bissau tem a finalidade de pedir apoio e colaboração no exercício das suas novas funções, tendo em conta a experiência trabalho em termos de governação acumulada por antigos ministros que passaram pelo Ministério do Interior.
Do total de 12 pessoas visitadas, todas foram unânimes em louvar a iniciativa de Botche Candé, tendo igualmente prometido trabalhar e colaborar com novo responsável máximo da Administração Interna da Guiné-Bissau para a tranquilidade nesta fase em que se encontra o país.
Bitchofula Nafafe, uma das pessoas alvo deste registo, antigo Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, reconheceu a tarefa difícil que Candé pode enfrentar nesta instituição, chamando a atenção para que a tranquilidade do país depende, em grande medida, do Ministério da Administração Interna.
Para Luís Correia, antigo Director Nacional da Polícia de Ordem Pública, entre 1974 e 1980, reconheceu também o difícil trabalho do novo ministro Botche Cande.
Durante a conversa com o novo governante, denunciou que não teve graduação em termos de patente e como falou da sua ausência do país para Cabo Verde desde golpe de Estado de 14 de Novembro 1980, de onde regressou depois de 7 de Junho de 1998.
Outra pessoa contactada foi Lúcio Soares, antigo ministro do Interior e ministro da Defesa Nacional, que reconheceu que, depois da independência nacional, as autoridades na altura não souberam aproveitar bem este período no sentido de lançar o país na via do desenvolvimento.
Ele condenou também o golpe de Estado de 14 de Novembro do 1980, e louvou a composição do actual Executivo liderado por Domingos Simões Pereira.
Durante a visita, a PNN constatou um espírito de emoção entre algumas das pessoas visitadas, como foi o caso de Morgado Tavares, antigo Comissário da Polícia de Ordem Pública, e apelidou Botche Candé de «Cabral», justificando que desde a independência apenas foi Amílcar Cabral que promoveu visitas desta natureza.
Já com Carlos Correia, antigo Primeiro-ministro da Guiné-Bissau e actualmente 1.º vice-Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), teve tempo para falar do massacre de Pindjiguiti, em 1958.
Falou também dos erros cometidos depois da Independência, contudo tranquilizou que, com as novas autoridades, uma nova oportunidade para os objectivos da luta armada foi aberta na Guiné-Bissau. Carlos Correia prometeu ajudar e trabalhar com Botche Candé.
Entre as pessoas visitadas constam ainda Carlos Domingos Gomes, «Cadogo Pai», Duky Djassi, Mamadu Djabi, Manecas dos Santos, Francisca Pereira e Humberto Gomes, antigo Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
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