O Prémio UNESCO de Alfabetização 2015 vai motivar a Associação Progresso a "dar o melhor" às comunidades com as quais trabalha em Moçambique, disse à Lusa, em Paris, a coordenadora-geral da ONG Elisa Arão Mucavele.
nullA Associação Progresso recebe hoje, pela segunda vez, um galardão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), depois de em 2005 ter também sido distinguida.
"Para além da importância para a associação, é uma responsabilidade porque se recebemos este prémio é pelo trabalho que estamos a fazer. O facto de termos recebido o prémio é mais um 'input' de que temos de continuar a dar o nosso melhor em prol das comunidades com as quais trabalhamos", declarou Elisa Arão Mucavele, antes de receber o prémio na sede da UNESCO em Paris.
A associação moçambicana é uma das cinco organizações mundiais distinguidas no Dia Internacional da Alfabetização com o prémio de 20.000 dólares (18.300 euros) e o dinheiro vai ser investido na produção de materiais em línguas locais.
"Estamos a receber o prémio UNESCO pela segunda vez. Recebemos o Prémio UNESCO de 15 mil dólares em 2005. O que nós fizemos com o valor do prémio? Aplicámos na produção dos materiais. O programa do governo está em língua portuguesa, nós temos de produzir materiais em línguas locais e a nossa distribuição de materiais é gratuita", declarou.
Elisa Arão Mucavele acrescentou que este ano a associação é distinguida pelo programa "Ensinar a Ler para Aprender", explicando que o projeto consiste em ir para além da simples leitura para transmitir mensagens de vida.
A Associação Progresso foi fundada em 1991 para apoiar as comunidades rurais e está implantada nas províncias de Cabo Delgado e de Niassa, no norte do país.
O ministério da Educação de Moçambique poderá tirar uma "lição" deste prémio para "estudar formas de poder generalizar esta boa prática em todo o país", afirmou à Lusa Laurindo Nhacune, diretor nacional de Alfabetização e educação de Adultos, ligado ao Ministério da Educação de Moçambique.
"Um dos grandes desafios que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano tem neste momento é ver até que ponto esta boa prática de alfabetização em línguas moçambicanas pode ser alargada às outras províncias. Eu acredito que as outras organizações com as quais nós trabalhamos vão seguir o exemplo da Progresso", explicou o responsável.
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