O ministro do Interior da Guiné-Bissau, António Suca Ntchama, acusado de ter forçado o embarque dos 74 sírios com passaportes falsos num avião da TAP, anunciou que vai apresentar uma queixa-crime contra o Procurador-Geral da República.
Através de uma nota de imprensa assinada pelo seu advogado, António Suca
Ntchama diz que foi vítima de difamação por parte do Procurador
guineense, Abdú Mané, quando este afirmou publicamente que se teria
recusado a ser detido.
Em nota de esclarecimento, o Procurador-Geral da Republica guineense
afirmou que o director-geral da Polícia Judiciária, Armando Namontche,
teria recusado acatar a ordem de detenção dada pelos magistrados contra o
ministro Suca Ntchama.
Para o advogado, em nenhuma circunstância António Suca Ntchama foi
informado "nos autos" que deveria ser detido, "como relata o
Procurador", e também não existe nenhum documento escrito que possa
provar que o director da PJ se recusou a cumprir a alegada ordem.
Por outro lado, o advogado de Suca Ntchama entende que mesmo havendo uma
ordem de detenção, à luz da lei aplicável em casos de crime cometidos
por titulares de cargos públicos, a Assembleia Nacional Popular (ANP,
Parlamento) devia ser chamada a pronunciar-se sobre o levantamento da
imunidade do governante, o que não foi o caso, assinalou.
O advogado Basilio Sanca considera, por isso, que o Procurador-Geral da
República incorreu num crime de divulgação do segredo da justiça ao
admitir publicamente que o ministro do Interior, Suca Ntchama, teria
agido de forma ilegal ao obrigar, via telefone, que a tripulação da
TAP levasse para Lisboa os 74 sírios.
Também em nota de imprensa, a Polícia Judiciária diz que "em nenhuma
circunstância" recebeu qualquer mandado de detenção ou de condução à
cadeia relativa ao ministro do Interior, António Suca Ntchama, como
afirmou o Procurador-Geral da República.
A PJ insta Abdú Mané a tornar publico o ofício com qual solicitou a intervenção do director da corporação.
O Procurador havia anunciado que vai mandar abrir um processo
disciplinar contra o diretor da PJ, Armando Namontche, por
desobediência e eventualmente um outro processo de natureza criminal.
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