O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, disse hoje que aguarda pela decisão do primeiro-ministro para tomar uma posição sobre o pedido de demissão de dois ministros envolvidos no embarque forçado de sírios num avião da TAP.
Os ministros dos Negócios
Estrangeiros, Delfim da Silva, e do Interior, António Suca Ntchama,
colocaram na semana passada os lugares à disposição, mas até hoje ainda
não foi tomada nenhuma decisão.
"O Governo é dirigido por um
primeiro-ministro e consequentemente será ele a enviar ao Presidente as
propostas de substituição ou não dos ministros demissionários. Eu, da
minha parte, cumprirei as minhas obrigações desde que sejam propostas
concretas do Governo", disse Nhamadjo.
O Presidente de transição
guineense fez estas declarações aos jornalistas a margem das cerimónias
da entrega oficial das novas instalações do Instituto Nacional de Saúde,
construídas pela China.
Na cerimónia, esteve presente o ministro
demissionário dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva. Questionado
pela agência Lusa sobre a sua situação no Governo, Delfim da Silva
afirmou que "continua a aguardar" pela resposta do Presidente sobre o
seu pedido de demissão.
O ministro do Interior demissionário, António Suca Ntchama, não esteve presente na cerimónia.
Uma
comissão de inquérito instituída pelo Governo de transição apontou o
ministro do Interior como tendo sido o responsável principal pelo
embarque forçado de 74 sírios com passaportes falsos no voo da TAP para
Lisboa no dia 10 de Dezembro.
O ministro teria feito "pressão via
telefónica" ao pessoal da TAP, incluindo à tripulação. Para se apurar as
suas eventuais responsabilidades criminais no incidente, Suca Ntchama
foi ouvido no Ministério Público na segunda-feira, mas ainda desconhece
qual o veredicto da justiça.
O nome do ministro dos Negócios
Estrangeiros não foi referenciado nas conclusões do inquérito, mas
Delfim da Silva decidiu apresentar o seu pedido de demissão do Governo
de transição por desacordo com o que o diz ser um escândalo diplomático
entre a Guiné-Bissau e Portugal.
O Governo português já pediu às
autoridades guineenses que tirem "consequências" deste incidente, na
sequência das conclusões da comissão de inquérito.
(in:lusa)
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