O incidente com um voo da TAP em Bissau vai ser discutido quinta-feira numa reunião do Conselho de Estado convocada pelo Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, disse fonte da presidência.
O chefe de Estado
quer que sejam apuradas responsabilidades “até às últimas
consequências”, num caso em que há indícios de envolvimento de membros
do Governo, acrescentou a mesma fonte. A tripulação da TAP do voo de 10
de Dezembro entre Bissau e Lisboa foi forçada por autoridades
guineenses, sob ordens superiores, a transportar 74 passageiros com
passaportes falsos. O incidente foi considerado grave por Portugal e
pela União Europeia e levou ao cancelamento dos voos directos entre
aquele país e a Europa, assegurados exclusivamente pela transportadora
aérea portuguesa.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros guineense, Delfim da Silva, apresentou a demissão na
sexta-feira, denunciando “cumplicidades” dos membros do aparelho de
Estado, num esquema em que estes terão recebido verbas avultadas para
colocar os alegados cidadãos sírios na Europa.
O
ministro do Interior, Suka N’Tchama, com tutela da segurança interna e
serviços de imigração, também colocou o cargo à disposição de Nhamadjo,
mas só na terça-feira, depois de ter participado numa reunião do
Conselho de Defesa Nacional.
No Conselho de Estado
têm assento o primeiro-ministro, o presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, líderes de partidos com assento parlamentar e cinco
personalidades escolhidas pelo Presidente da República, entre outras
figuras.
Para a reunião de amanhã, às 10h, na
Presidência da República, poderão ainda vir a ser convidados outros
detentores de cargos públicos, acrescentou a mesma fonte de informação.
Para
além do incidente com o voo da TAP, a agenda do Conselho de Estado
inclui ainda a análise da greve de cinco dias da Função Pública, que se
iniciou na segunda-feira, e que até terça incluiu o sector dos
transportes, tendo deixado Bissau a “meio gás”.
(in:publico)
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