Diplomacia portuguesa adverte que não estão garantidas condições para retomar a rota.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros reitera, a Bissau que incidente é "absolutamente inaceitável"
O Ministério dos Negócios
Estrangeiros reitera ao Governo da Guiné-Bissau que o caso do avião da
TAP obrigado a embarcar 74 cidadãos sírios munidos de passaportes
turcos falsos é “absolutamente inaceitável”. Em comunicado divulgado
esta terça-feira, a diplomacia portuguesa revela que Portugal aguarda
que as autoridades guineenses retirem todas as ilações e consequências
do ocorrido.
“O Governo português foi informado pelas autoridades
de facto da Guiné-Bissau das conclusões da sua comissão de inquérito
sobre o grave incidente de segurança ocorrido no aeroporto de Bissau, no
dia 10 de Dezembro, relativamente ao embarque de passageiros no voo TP
202 com destino a Lisboa”, salienta a nota. Através da fórmula
“autoridades de facto da Guiné-Bissau”, Portugal marca distância com
Bissau. Ou seja, não reconhece a legitimidade dos actuais governantes
que chegaram ao poder depois do Golpe de Estado de 12 de Abril do ano
passado.
Isso mesmo é explicitado no comunicado. “Portugal
manifesta a sua solidariedade para com o povo guineense, primeira e
principal vítima da situação criada pelo Golpe de Estado de 12 de Abril
de 2012 e, revendo-se na Declaração do Presidente do Conselho de
Segurança das Nações Unidas de 9 de Dezembro, reitera a expectativa de
que as eleições gerais de 16 de Março se realizem em condições de
liberdade, transparência e segurança”, afirma a nota.
“Esperamos
que o pleno respeito pela livre vontade popular permita o retorno à
ordem constitucional e o combate à impunidade prevalecente na
Guiné-Bissau”, sublinha o comunicado. Depois de reiterar que o “embarque
forçado, através de pressão e coerção por parte das autoridades
guineenses sobre funcionários da TAP, de 74 passageiros com documentação
reconhecidamente falsa numa aeronave portuguesa é absolutamente
inaceitável”, a posição do Palácio das Necessidades lança uma
advertência.
“Também ainda não foi cabalmente garantido que
situações similares não se poderão repetir no futuro, questão essencial
no nosso processo de reavaliação sobre a existência de condições de
segurança no aeroporto de Bissau para a retoma da rota”, é destacado.
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