O representante das
Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos Horta, afirmou ontem ter
esperança nas novas lideranças que se perfilam no país, mas alertou: os
próximos responsáveis devem ser cooperantes e não antagónicos.
Ramos
Horta falava aos jornalistas à margem de uma conferência promovida por
um grupo de cidadãos guineenses agrupados na "Plataforma Guiné Mindjor
(Guiné Melhor)" na qual foi discutido o perfil das lideranças
políticas face aos desafios da reconstrução do país.
O representante da ONU, um dos oradores da conferência, afirmou que, pelas indicações que tem recebido dos candidatos que se perfilam para as eleições gerais (que devem ter lugar ainda este ano), "há boas perspetivas" para a Guiné-Bissau.
"Os candidatos que se têm perfilado à nossa frente são pessoas altamente qualificadas da nova geração, na casa dos 40, 50 anos, com energia" e sem demasiadas ligações às querelas históricas, disse Ramos Horta.
Com a realização do congresso do PAIGC, partido histórico e o mais votado na Assembleia Nacional Popular, Ramos Horta diz ter ficado "ainda mais otimista" em relação ao futuro da Guiné-Bissau.
Aquela força política elegeu Domingos Simões Pereira, de 50 anos, como presidente e candidato a primeiro-ministro.
Contudo, o representante da ONU chama a atenção aos futuros líderes do executivo do país, ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, sobre a necessidade de haver um entendimento entre todos para levar avante "as reformas absolutamente inadiáveis".
Valendo-se da sua experiencia enquanto ex-chefe de Estado de Timor-Leste, Ramos Horta aconselha o futuro Presidente guineense a ser "um árbitro, um moderador" em vez de adversário do primeiro-ministro.
"É claro que (o Presidente) pode chamar a atenção, corrigir o rumo”, mas se tiver que o fazer Ramos-Horta recomenda que o faça "dentro de quatro paredes", sem sair "publicamente a criticar o Governo", enfatizou.
"O Presidente da República não é o Procurador-Geral da Republica, nem deputado, nem juiz, é um conciliador", lembrou Ramos Horta, destacando as caraterísticas que o próximo chefe do Governo deve possuir.
"O primeiro-ministro deve ser um condutor de homens, um gestor altamente qualificado que saiba reunir uma equipa", observou Ramos-Horta, frisando existir pessoas com capacidade para a tarefa na Guiné-Bissau.
O politólogo guineense Rui Landim, outro dos participantes na conferência, concordou com a observação do representante da ONU, mas disse que as novas lideranças podem acabar por "entrar na engrenagem do sistema complicado que é a política" guineense e "ficar sem capacidade" de promover as reformas.
Rui Landim disse ser "fundamental" que a nova liderança do país promova "a reforma, a refundação das bases do Estado" e ter em atenção as preocupações dos jovens que, alertou, começam a dar sinais de insatisfação.
"Há riscos de os jovens se rebelaram contra a República. É um risco iminente. Não digo que seja daqui a um mês, um ano, dois anos, mas com o andar das coisas, como elas estão agora, há esse risco na Guiné-Bissau", sublinhou Landim.
O representante da ONU, um dos oradores da conferência, afirmou que, pelas indicações que tem recebido dos candidatos que se perfilam para as eleições gerais (que devem ter lugar ainda este ano), "há boas perspetivas" para a Guiné-Bissau.
"Os candidatos que se têm perfilado à nossa frente são pessoas altamente qualificadas da nova geração, na casa dos 40, 50 anos, com energia" e sem demasiadas ligações às querelas históricas, disse Ramos Horta.
Com a realização do congresso do PAIGC, partido histórico e o mais votado na Assembleia Nacional Popular, Ramos Horta diz ter ficado "ainda mais otimista" em relação ao futuro da Guiné-Bissau.
Aquela força política elegeu Domingos Simões Pereira, de 50 anos, como presidente e candidato a primeiro-ministro.
Contudo, o representante da ONU chama a atenção aos futuros líderes do executivo do país, ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, sobre a necessidade de haver um entendimento entre todos para levar avante "as reformas absolutamente inadiáveis".
Valendo-se da sua experiencia enquanto ex-chefe de Estado de Timor-Leste, Ramos Horta aconselha o futuro Presidente guineense a ser "um árbitro, um moderador" em vez de adversário do primeiro-ministro.
"É claro que (o Presidente) pode chamar a atenção, corrigir o rumo”, mas se tiver que o fazer Ramos-Horta recomenda que o faça "dentro de quatro paredes", sem sair "publicamente a criticar o Governo", enfatizou.
"O Presidente da República não é o Procurador-Geral da Republica, nem deputado, nem juiz, é um conciliador", lembrou Ramos Horta, destacando as caraterísticas que o próximo chefe do Governo deve possuir.
"O primeiro-ministro deve ser um condutor de homens, um gestor altamente qualificado que saiba reunir uma equipa", observou Ramos-Horta, frisando existir pessoas com capacidade para a tarefa na Guiné-Bissau.
O politólogo guineense Rui Landim, outro dos participantes na conferência, concordou com a observação do representante da ONU, mas disse que as novas lideranças podem acabar por "entrar na engrenagem do sistema complicado que é a política" guineense e "ficar sem capacidade" de promover as reformas.
Rui Landim disse ser "fundamental" que a nova liderança do país promova "a reforma, a refundação das bases do Estado" e ter em atenção as preocupações dos jovens que, alertou, começam a dar sinais de insatisfação.
"Há riscos de os jovens se rebelaram contra a República. É um risco iminente. Não digo que seja daqui a um mês, um ano, dois anos, mas com o andar das coisas, como elas estão agora, há esse risco na Guiné-Bissau", sublinhou Landim.
(in:lusa)
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