“Sem a ajuda de Timor-Leste, não teria havido recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau”
O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) da Guiné-Bissau, Cristiano Na-Bitan, afirmou hoje que sem a ajuda de Timor-Leste não seria possível realizar o recenseamento eleitoral.
Timor-Leste acabou por ser “um padrinho” do país, acrescentou.
O responsável guineense fez hoje um balanço do processo de
recenseamento eleitoral, que decorreu de 01 de dezembro a 08 de
fevereiro (mais dois dias na diáspora), apoiado financeira e
tecnicamente por Timor-Leste.
O diretor-geral do GTAPE anunciou ainda a
abertura do período de reclamações, durante 15 dias, para pessoas cujos
nomes não constam nas listas de eleitores.
De acordo com Cristiano Na-Bitan, sem a ajuda de Timor-Leste, a
Guiné-Bissau teria dificuldades até hoje para iniciar o recenseamento
eleitoral.
“Para se fazer um processo como este era preciso ter um padrinho. A
Guiné-Bissau não tinha e Timor-Leste decidiu assumir esse papel. O
processo eleitoral arrancou com o recenseamento que acabou por ser um
êxito total”, afirmou.
Além de dinheiro, Timor-Leste disponibilizou “kits” (conjunto de
equipamento informático) para o registo de eleitores, viaturas e mantêm
em Bissau uma missão permanente de acompanhamento do processo eleitoral,
coordenada pelo secretário de Estado da descentralização
administrativa, Tomás Barbosa.
Números ainda por confirmar através de cruzamento de dados apontam
para o registo de 776 mil eleitores, facto que o diretor-geral do GTAPE
considera de “extraordinário”.
“Nenhum guineense podia imaginar que podíamos atingir o número de
potenciais eleitores que alcançámos. Tudo isso podemos dizer que foi
graças ao apoio de Timor-Leste e da CEDEAO”, disse Na-Bitan.
O diretor-geral do GTAPE entende que a Guiné-Bissau devia homenagear
“com diploma de mérito” Timor-Leste e a Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO) pelos apoios prestados.
A Guiné-Bissau tem eleições gerais marcadas para 16 de março, mas o
escrutínio deve ser adiado devido a atrasos no recenseamento eleitoral.
As eleições vão acabar com o período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de abril de 2012.
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