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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Trabalhadores da Rádio Nacional da Guiné-Bissau iniciam greve de 30 dias

Os trabalhadores reclamam o pagamento de salários e subsídios em atraso que, segundo Bacar Dolé, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Radiodifusão Nacional, já ascendem a cerca de 152 mil euros.




 Os funcionários da Radiodifusão Nacional (RDN) da Guiné-Bissau iniciaram uma greve de trinta dias e ameaçam não trabalhar durante a campanha eleitoral para as eleições gerais de abril, disse o presidente do sindicato Bacar Dolé.

De acordo com o presidente do comité sindical da estação estatal guineense, o Governo de transição comprometeu-se há cerca de um ano a pagar a dívida de forma faseada, mas não cumpriu.
"Estamos sem paciência. Ou o Governo paga as dívidas na íntegra ou então não levantamos a greve", avisou Bacar Dolé, lembrando que a paralisação da RDN pode afetar negativamente a campanha eleitoral.
A lei guineense determina que os candidatos às eleições presidenciais e os partidos devem utilizar a RDN para a propaganda eleitoral e ainda que a estação é obrigada a cobrir a campanha.
"Sem o pagamento das dívidas, não vamos fazer os tempos de antena, nem cobrir a campanha eleitoral", enfatizou Bacar Dolé, apresentando outros pontos que motivaram a greve.
O sindicato exige que sejam efetivados os funcionários estagiários há mais de 10 anos, a mudança de letra dos quadros da estação, que não acontece desde 1992, e ainda a melhoria de condições de trabalho.
Bacar Dolé disse que a RDN, apesar de ser uma estação do Estado, controlada pelo Governo "não tem as mínimas condições" de trabalho, o que, defendeu, não pode continuar.
Durante os dias da greve haverá um serviço mínimo que será consagrado a cinco minutos de noticiário internacional de quatro em quatro horas, assinalou Bacar Dolé, esclarecendo também que, desta vez, a paralisação da RDN não afetará as emissões da RDP-África, RTP-África e Radio França Internacional.
Ao abrigo de acordos, as três estações internacionais têm os seus emissores instalados nas dependências da RDN em Nhacra, a 40 quilómetros de Bissau, e de cada vez que havia uma greve na estação pública guineense os sinais dos três órgãos desaparecia por ausência do funcionário responsável pelos geradores de eletricidade.
Também de greve estão os funcionários da Televisão da Guiné-Bissau desde dia 13.
A greve, que deve terminar a 13 de março, serve para exigir do Governo o pagamento de salários em atraso e melhorias de condições laborais.

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