As águas salgadas invadiram desde passado domingo, 31 de Agosto, um número incalculável de hectares da bolanha da tabanca de Intum-N´dam, uma localidade situada a cerca de quatro quilómetros de Cumura, sector de Prábis (Região de Biombo), provocando avultados danos.
Segundo os agricultores locais, a invasão terá sido causada pela subida do nível das águas do mar registada na última semana em quase todo o país, com prejuizos ainda por determinar.
A inundação foi provocada pela corrente das águas que galgou os diques de proteção que serviam de barreira e impediam a entrada das águas salgadas para a zona da água doce consequentemente a cultivada, onde a comunidade cultiva o produto base da dieta alimentar dos guineenses.
A margem afectada agora pelas águas salgadas pode, nos próximos tempos, tornar a populaçao local mais vulnerável à fome, se medidas preventivas não forem encetadas, já que os agricultores das bolanhas afectadas, utilizadores possam ter ficado sem sementes para lançar novamente à terra por forma a poder recuperar dos danos que água os causou.
Os agricultores locais pedem uma rápida intervenção das autoridades ligadas ao sector para as reparações necessárias e assim poderem ultrapassar as dificuldades causadas pela grande quantidade das águas salgadas que arrastou consigo e destruiu quase toda plantação do arroz na bolanha.
AGRICULTORES PEDEM APOIO PARA RECUPERAR O DIQUE ARRASTADO PELAS ÁGUAS
Biaia Tchudá, um dos agricultores de Intum-Ndam entrevistado por uma equipa de reportagem do semanário “O Democrata”, explica que depois da subida do nível de água do mar, os populares tentaram por várias vezes impedir a invasão das águas salgada às bolanhas de água doce, mas não conseguiram devido à força das águas que acabou por arrastar e destruir grandemente os diques construídos manualmente.
Biaia Tchuda mostrou-se indignado com a atitude dos deputados do círculo eleitoral número dez (10), acusando-os de virarem as costas ao seu eleitorado. Todavia, assegurou que se houver apoios, os agricultores estão disponíveis, eles mesmos, a se mobilizarem para recuperar o dique arrastado pela água.
Segundo este agricultor, o fenomeno acontece anualmente mas sem grandes prejuizos como os que foram registados neste ano.
De acordo com Biaia Tchuda, a secção de Bôr não chegou a receber as sementes de arroz que o governo distribuiu aos camponeses nas diferntes regiões do país.
“Comunicamos às autoridades responsáveis pelo processo, inclusive ao deputado do circulo 10 Francisco Condom que igualmente foi informado da situaçao, mas não tivemos uma respostas satisfatória. Tememos que os próximos tempos sejam mais difíceis, porque não temos nem se quer semente para lançar novamente à terra, para recuperar a bolanha inundada pela água salgada”, explica.
Um membro da comunidade local que acompanhou a equipa de “O Democrata” ao local lamenta o facto de as autoridades não terem dado resposta a várias situações recorrentemente que a aldeia de Intum-N´dam tem enfrentado, sobretudo na época das chuvas.
No terreno é possível constatar que os danos causados pelas águas salgadas são neste momento incalculáveis, pelo que Biaia Tchuda pede mais apoios urgentes das autoridades, para se prevenirem da fome nos próximos tempos.
Um jovem de aproximadamente 20 anos de idade, residente em Cumura, informou a “O Democrata” que a situação é bem mais dramática nas localidades de Quesset, arredores de Prabis e Cumura.
(in: 'Democrata' Filomeno Sambú)
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