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Joseph Pulitzer

domingo, 16 de agosto de 2015

CEDEAO adverte exército para ficar fora da crise da G-Bissau

Nações da África Ocidental no domingo advertiram o exército para ficar fora da crise constitucional da Guiné-Bissau.


O país atormentado por golpes está em turbulência política desde que o presidente José Mario Vaz demitiu Domingos Simões Pereira na quarta-feira sobre uma série de disputas, incluindo a nomeação de um novo chefe do Exército.

Presidente do Senegal, Macky Sall, que lidera a CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados Oeste Africano que reúne 15 países, apelou para conversações entre os dois homens.

Em um comunicado, ele instou-os "para continuar a explorar formas pacíficas de resolver o impasse e as forças armadas devem respeitar os seus compromissos para ficarem fora da política".

No sábado, o partido governamental PAIGC renomeou Pereira como primeiro-ministro apenas três dias depois ele ser demitido.

Até agora, Vaz não reagiu ao movimento.
O Conselho de Segurança da ONU, que se reuniu durante a crise em curso na sexta-feira, também enfatizou que o exército deve ficar de fora.

A 2012 golpe militar atirou Guiné-Bissau no caos e mal começou a recuperar na sequência da eleição do ano passado.

Em uma declaração unânime, o Conselho de Segurança da ONU de 15 membros pediu a todos os lados para "resolver a disputa política em curso no interesse da paz na Guiné-Bissau".

Os membros do Conselho "ressaltaram a importância da não interferência das forças de segurança na situação política."

 O Presidente do Senegal e da Autoridade de Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Macky Sall, pediu hoje uma solução através do diálogo para a crise política na Guiné-Bissau.

"O Presidente [Sall] está confiante e acredita que é possível encontrar uma solução pacífica e sustentada para a crise, através de um diálogo concertado envolvendo todos os actores políticos da Guiné-Bissau, em estreita colaboração com os parceiros regionais e internacionais", refere uma nota publicada no portal da CEDEAO.

No comunicado, o líder senegalês mostra-se "preocupado" com o facto de os desentendimentos entre o Presidente Vaz e o primeiro-ministro Simões Pereira terem levado o chefe de Estado a demitir o Governo.

Sall lamenta que os esforços da CEDEAO e da restante comunidade internacional no sentido de resolver a crise não tenham tido resultado.

De acordo com o comunicado, o Presidente Sall considera que a crise "pode afectar os compromissos dos doadores da Guiné-Bissau" que numa mesa redonda realizada em março, em Bruxelas, anunciaram mil milhões de euros de intenções de apoio.

"A prioridade deve ser o bem-estar dos guineenses, impulsionado pela reconciliação nacional, democracia, boa governação e desenvolvimento", acrescenta.

Apesar de "aplaudir a atmosfera pacífica observada até agora no país", Macky Sall "apela aos líderes políticos para continuarem a explorar formas pacíficas para resolver o atual impasse e insta as forças de defesa e de segurança a manterem o compromisso de ficarem fora da política".

O Presidente da República demitiu na quarta-feira o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, num decreto em que se justifica com quebra mútua de confiança, dificuldades de relacionamento e sinais de obstrução à Justiça por parte do Executivo.

Num discurso à nação, Vaz acusou ainda o primeiro-ministro e o Governo de corrupção, nepotismo e de falta de transparência na gestão pública.

Domingos Simões Pereira anunciou na quinta-feira estar "chocado" pela maneira como o Presidente "faltou à verdade" e refutou as acusações.

O executivo estava em funções há um ano, depois de o PAIGC vencer as eleições com maioria absoluta e de ter recebido duas moções de confiança aprovadas por unanimidade no Parlamento - para além de ter o apoio da comunidade internacional.

Apesar de todas as forças políticas e várias entidades, dentro e fora do país, terem feito apelos públicos dirigidos ao Presidente no sentido do diálogo e estabilidade, José Mário Vaz decidiu derrubar o Governo e pediu ao PAIGC que indique um novo nome para primeiro-ministro.

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