A "tentativa de busca" num espaço que goza de imunidade diplomática está registada no último relatório semanal de segurança do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), que abrange o período de 10 a 17 de janeiro, e a que a Lusa teve acesso.
Segundo o documento, pelas 10:35 de quinta-feira, "o
escritório do UNIOGBIS foi cercado pela polícia local e pela Guarda
Nacional, no seguimento de falsas informações de que o ex-líder do PAIGC
e primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior (Cadogo), estaria no
imóvel".
Apesar de "o rumor ter sido desmentido, o comissário da
polícia tentou entrar no recinto [das Nações Unidas] para verificar por
ele próprio" a veracidade dos factos, pode ler-se no documento.
A
tentativa "foi recusada" pelo pessoal do UNIOGBIS e o comissário deu
então ordens "para as forças de segurança cercarem as instalações".
"Um
total de sete soldados manteve-se em frente ao escritório, entre os
quais três armados com armas de assalto AK-47", acrescenta.
De
acordo com o relatório de segurança, "uma hora depois, os homens
retiraram-se após algumas intervenções", não detalhadas no documento.
De
acordo com as normas internacionais, as instalações e pessoal das
Nações Unidas têm direito a imunidade diplomática nos países de
acolhimento, tal como prevista na Convenção de Viena.
(foto: web) |
Sobre o caso, o porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba
Nawalna, negou hoje o envolvimento de militares, afirmando que o
Estado-Maior General das Forças Armadas não deu qualquer ordem para que
fossem realizadas as referidas buscas.
"Ainda hoje estive em contacto com os serviços competentes aqui no Estado-Maior que me garantiram que não houve nenhuma decisão nesse âmbito, nem do Chefe do Estado-Maior, nem de outro serviço", precisou Nawalna.
O caso de Buba surge depois de fontes do UNIOGBIS relatarem que a viatura de José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, terá sido mandada parar por militares no início do mês.
Daba Nawalna não confirma nem desmente a situação, mas refere que o caso já foi tratado.
"Nós já escrevemos uma carta ao senhor representante do secretário-geral das Nações Unidas sobre essa questão e não gostaríamos de fazer um pronunciamento público", disse Nawalna.
O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas nega que estejam a ser feitas buscas a viaturas, incluindo carros com matrícula diplomática.
No final de dezembro, Carlos Gomes Júnior disse à agência Lusa, a partir de Cabo Verde, que tinha intenção de regressar à Guiné-Bissau para se candidatar a presidente nas eleições gerais de 16 de março.
"No entanto, para regressar, é fundamental que estejam reunidas as condições necessárias para que o processo eleitoral decorra com normalidade e segurança", referiu.
Carlos Gomes Júnior era primeiro-ministro do país e candidato a Presidente da República quando, a 12 de abril de 2012, um golpe militar impediu a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
"Ainda hoje estive em contacto com os serviços competentes aqui no Estado-Maior que me garantiram que não houve nenhuma decisão nesse âmbito, nem do Chefe do Estado-Maior, nem de outro serviço", precisou Nawalna.
O caso de Buba surge depois de fontes do UNIOGBIS relatarem que a viatura de José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, terá sido mandada parar por militares no início do mês.
Daba Nawalna não confirma nem desmente a situação, mas refere que o caso já foi tratado.
"Nós já escrevemos uma carta ao senhor representante do secretário-geral das Nações Unidas sobre essa questão e não gostaríamos de fazer um pronunciamento público", disse Nawalna.
O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas nega que estejam a ser feitas buscas a viaturas, incluindo carros com matrícula diplomática.
No final de dezembro, Carlos Gomes Júnior disse à agência Lusa, a partir de Cabo Verde, que tinha intenção de regressar à Guiné-Bissau para se candidatar a presidente nas eleições gerais de 16 de março.
"No entanto, para regressar, é fundamental que estejam reunidas as condições necessárias para que o processo eleitoral decorra com normalidade e segurança", referiu.
Carlos Gomes Júnior era primeiro-ministro do país e candidato a Presidente da República quando, a 12 de abril de 2012, um golpe militar impediu a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
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