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Joseph Pulitzer

sábado, 18 de janeiro de 2014

PALOP querem estabelecer políticas comuns sobre drogas

José Carlos Correia falava na sessão de encerramento da 1.ª Conferência Internacional sobre Políticas de Drogas nos PALOP, que decorreu quarta-feira e hoje na Cidade da Praia e que contou com a presença de especialistas dos "cinco" (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), Portugal e Brasil.


Segundo o mesmo responsável, as ideias e as boas práticas defendidas na conferência, organizada pelo Governo cabo-verdiano em parceria com a organização não-governamental portuguesa Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES), indicou serem cinco os pilares que devem prevalecer na gestão futura da questão.
Sintetizando, o ministro cabo-verdiano defendeu que, para que as políticas comuns tenham sucesso, terá de haver "dignidade" no apoio ao tratamento dos toxicodependentes, "pragmatismo" assente em experiências devidamente comprovadas cientificamente e "reforço" da ação concertada entre os PALOP.
José Carlos Correia destacou ainda a necessidade de as políticas terem de ser ainda "engenhosas na prevenção" e "firmes no combate" ao narcotráfico e, acima de tudo, criar parcerias entre os diferentes governos e as organizações da sociedade civil.
 

Lamentando a ausência do Governo guineense na conferência - a Guiné-Bissau esteve presente, porém, através de várias ONG -, José Carlos Correia indicou que, por essa razão, ficou impossibilitada a assinatura, na Cidade da Praia, de um protocolo de ação conjunta entre os PALOP para o setor.
A segunda conferência, disse à agência Lusa o diretor executivo da APDES, José Queirós, deverá realizar-se em fins de 2015, previsivelmente em Angola, para que os PALOP possam apresentar-se a uma só voz na sessão especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre as Drogas, marcada para 2016.
A conferência contou também com a presença de três ex-Presidente: Jorge Sampaio (Portugal), Fernando Henrique Cardoso (Brasil) e Pedro Pires (Cabo Verde).

Paralelamente à conferência, os membros associados dos PALOP, Portugal e Brasil da União dos Juízes de Língua Portuguesa (UIJLP), presente no encontro, assinaram a "Declaração da Praia", um memorando sobre Políticas de Drogas e Direitos Humanos, que os compromete em atuar de acordo com os princípios que devem nortear a prevenção e tratamento adequado do "flagelo das drogas".
Nesse sentido, será constituído, em breve, um grupo de trabalho, no quadro da UIJLP, para análise, troca de experiências e discussão dos problemas das drogas, elaborados documentos que uniformizem os procedimentos corretos e equitativos, boas práticas e jurisprudências e criar um sistema de registo de monitorização dos tribunais.

O documento prevê que as associações de juízes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe criem uma "agenda UIJLP" sobre Políticas de Drogas e de Direitos Humanos, para que se possa assegurar a proteção dos tribunais lusófonos, avaliando o impacto legislativo e jurisprudencial.


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