Jorge Tolentino, que acompanhou o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, à tomada de posse do novo chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, realizada na segunda-feira em Bissau, "está num momento extraordinariamente delicado do seu processo de afirmação" como Estado.
"Cabe-nos a nós, que já estamos numa fase de muito maior de
consolidação, ter a serenidade, a calma e o discernimento para perceber o
processo guineense e, dessa forma, estarmos à altura de sermos úteis",
afirmou o governante, citado pela Inforpress.
Cabo Verde, acrescentou, não vai apresentar receitas, mas vai escutar
quais as necessidades dos guineenses, para, na medida das suas
possibilidades, "estar pronto e disponível para ser útil" ao país,
sobretudo na área da defesa e segurança.
"Não estou a falar da disponibilização de recursos financeiros, mas
sim de podermos levar a nossa experiência, enquanto um pequeno país que
tem umas forças armadas e que tem um sistema de defesa e segurança
nacional credível, à Guiné-Bissau, aproveitando as disponibilidades
financeiras de outras países", explicou.
O ministro informou que têm havido conversas sobre o assunto,
designadamente com Angola, lembrando que Luanda tem recursos
financeiros.
"O objetivo é que as nossas forças armadas, os nossos militares e os
nossos conselheiros militares possam ser úteis neste processo", insistiu
Jorge Tolentino, indicando a abrangência das áreas policial e da
proteção civil.
Nesta nova fase do relacionamento entre os dois países, sublinhou,
deve encontrar-se "maior espaço para fazer crescer os atores e titulares
deste tempo atual", sublinhou Jorge Tolentino, que considerou
importante uma "compreensão geracional no diálogo" que se venha a fazer.
O ministro da Defesa cabo-verdiano salientou, nesse sentido, "toda a
abertura" de Domingos Simões Pereira, primeiro-ministro guineense
nomeado na quarta-feira pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau.
Confirmando que Simões Pereira tem estado em "contacto frequente" com
José Maria Neves, o homólogo cabo-verdiano, Jorge Tolentino indicou que
o primeiro-ministro guineense está "interessado" em visitar Cabo Verde
"logo que possível", para que sejam restabelecidas as "pontes de
cooperação" bilateral.
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