Entre os signatários estão, entre outros, os portugueses Ana Gomes Ferro, Helena Roseta, Manuel Alegre, Manuel Carvalho da Silva e os músicos brasileiros Chico Buarque, Gilberto Gil e Ivan Lins, entre outros.
Mais de 50 pessoas assinaram uma carta para mostrar "desagrado" face à
provável adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), que criticam por "falta de transparência" no
processo.
Entre os signatários estão, entre outros, os portugueses Ana Gomes
(eurodeputada), Alfredo Bruto da Costa (sociólogo), Ferro Rodrigues
(político e economista), Helena Roseta (política e arquiteta), Manuel
Alegre (político e escritor) e Manuel Carvalho da Silva (sindicalista e
investigador), os músicos brasileiros Chico Buarque, Gilberto Gil e Ivan
Lins, a poeta angolana Ana Paula Tavares, o artista plástico
cabo-verdiano Leão Lopes, o presidente da Liga Guineense dos Direitos
Humanos, Luís Vaz Martins, e o escritor timorense Luís Cardoso.
A estes signatários lusófonos juntam-se personalidades como o
sociólogo Immanuel Wallerstein (Estados Unidos) e o político Alberto
Acosta (Equador).
Todos pretendem manifestar "reprovação" face à adesão da Guiné
Equatorial à CPLP, que deverá ser formalmente aprovada na próxima
cimeira da organização lusófona, agendada para 23 de julho, em Díli,
capital timorense.
Os signatários da carta divulgada hoje consideram que, da parte da
CPLP, não tem havido "transparência na divulgação" de informação sobre
os "progressos" que terão levado a organização a mudar de ideias face à
Guiné Equatorial, país com estatuto de observador desde julho de 2006,
mas que viu sempre rejeitado o pedido para ascender a membro de pleno
direito.
"Não há informação sobre isso [os progressos], absolutamente
nenhuma", critica a socióloga Ana Lúcia Sá, signatária da carta, em
declarações à Lusa.
"A política de transparência não é o apanágio da CPLP nesta questão",
denuncia, apontando que a "falta de informação" tem "manietado" os
movimentos da sociedade civil, que acusa o regime de Guiné Equatorial de
violações de direitos humanos.
O "grande argumento" apresentado a favor da adesão tem sido a
moratória à aplicação da pena de morte, que "é temporária" e "não se
coaduna com as exigências da CPLP", realça a socióloga portuguesa.
"A CPLP não tem estado a cumprir absolutamente nada dos cinco eixos estratégicos do plano de adesão", contrapõe Ana Lúcia Sá.
"Se uma organização estabelece um roteiro para a adesão de um
determinado país como membro de pleno direito e em cada um dos pontos
não há o cumprimento mínimo das exigências da instituição, a instituição
fica completamente descredibilizada. E foi a CPLP que instituiu
determinados parâmetros", recorda.
A carta, endereçada aos chefes de Estado e de Governo dos países da
CPLP, é, portanto, "mais uma chamada de atenção", diz Ana Lúcia Sá. "Não
sei se esta pressão será suficiente, com certeza não será suficiente",
reconhece.
A um mês para a cimeira que deverá oficializar a entrada da Guiné
Equatorial na CPLP, os signatários rejeitam essa hipótese "enquanto não
estiver comprovado, na lei e na prática do país, o cumprimento das
condições dos Estatutos da CPLP", escrevem na carta.
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