O Prémio Nobel da Paz, José Ramo-Horta, foi agraciado no último dia como Representante do Secretário-geral da ONU, com a mais alta condecoração da Republica da Guiné-Bissau: a Ordem Nacional Colinas do Boé -Medalha Amílcar Cabral.
A distinção foi proposta pelo Governo e outorgada pelo Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo.
A Ordem Colinas do Boé distingue cidadãos por relevantes serviços
prestados à Nação. Como referiu o Primeiro-ministro Rui Duarte Barros,
que presidiu à cerimónia no Palácio do Governo, “Ramos-Horta procurou
numa fase difícil e de incertezas” ajudar a Guiné-Bissau a encontrar o
caminho da estabilidade, aliado ao seu peso internacional, de Nobel da
Paz de 1996 e de ex-Presidente da República Democrática de Timor-Leste.
“Ramos-Horta foi capaz de se igualar ao mais comum dos cidadãos, e foi a
sítios onde mais ninguém esteve”, declarou o Chefe do Governo cessante.
Rui Duarte de Barros destacou a “grande capacidade de mediação e
diálogo, trouxe uma nova abordagem, para um outro tipo de envolvimento
de todos os actores” da vida guineense.
José Ramos-Horta na sua intervenção disse que Amílcar Cabral, o pai
fundador da independência da Guiné-Bissau foi uma inspiração para as
lutas de outros povos pela sua autodeterminação, incluindo Timor-Leste.
Recordou que em Dezembro de 1975, pouco depois da invasão militar
Indonésia, a Guiné-Bissau foi o primeiro País a dar suporte à causa do
povo timorense, através da sua representação diplomática junto das
Nações Unidas. Gil Fernandes e Arnaldo Spencer de Araújo, foram
representantes que ajudaram, juntamente com diplomatas de outros Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa, a manter a questão de
Timor-Leste na agenda das Nações Unidas.
ONU cujo Secretário-geral, Ban Ki Moon deu sempre “luz verde” a
Ramos-Horta, para tomar as decisões que julgou mais acertadas para o
mandato de 18 meses à frente da UNIOGBIS: “porque a ONU entende a
dinâmica das especificidades de cada país”, revelou José Ramos-Horta.
O Nobel da Paz atribuiu o sucesso da Guiné-Bissau, a “ todos os
líderes e aos Povo guineense. Ramos-Horta disse que quando chegou á
Guiné-Bissau, “tentou levar a ONU a todo o País, abrindo quatro
escritórios regionais, porque é importante haver uma presença” local das
organizações.
Na próxima semana junto das Naçoes Unidas, anunciou Ramos-Horta, que
vai fazer tudo para que a Guiné-Bissau esteja na ordem do dia,
designadamente, quando intervir como orador principal na sessão do
10ºaniversário da Peace Building Comission.
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