A ajuda internacional é necessária para ajudar os países que saem de conflitos a consolidar a paz e embarcar em projetos de desenvolvimento.
No entanto, ajudá-los a gerar os seus próprios recursos e capacidades também é uma tarefa vital, afirmou o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, durante a primeira sessão anual da Comissão de Construção da Paz das Nações Unidas, na passada segunda-feira (23).
“A ajuda internacional é, naturalmente, necessária em muitas situações, mas raramente ajuda a construir um novo contrato social”, Eliasson afirmou, acrescentando que essa ajuda também pode enfraquecer a apropriação nacional, uma vez que o melhor suporte nesse período de transição pós-conflito é incentivar as nações a gerarem os seus próprios recursos e capacidades.
O vice-secretário-geral reconheceu, contudo, que essa tarefa não é fácil porque conflitos violentos destroem as infraestruturas do país, promovem uma fuga dos profissionais e ex-combatentes não têm como conseguir empregos. O resultado é que a maioria desses países devem encontrar meios de revitalizar a sua economia nas cinzas da guerra.
Em sua mensagem para a sessão anual, celebrada no Dia da Construção da Paz, em 23 de junho, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou que ao estabelecer as bases para políticas e desenvolvimentos inclusivas, a construção de paz salva vidas. Além disso, os esforços para promover a paz ajudam os países a proteger os direitos humanos, promover justiça e estabelecer as sementes da prosperidade.
“Nosso trabalho não pode parar quando as armas se calam. Temos que aproveitar o momento pós-conflito e ajudar sociedades a encontrar um futuro mais seguro, justo e próspero. Essa é a essência da construção de paz”, declarou o chefe da ONU.
A Comissão foi criada em 2005 para ajudar os países pós-conflito a realizarem uma transição irreversível da guerra para a paz sustentável. Atualmente a Comissão é presidida pelo Brasil, através da liderança do representante do país junto à ONU, Antonio Patriota, que disse que a ideia da sessão é dar uma visão mais ampla dos desafios na área de construção da paz, abordando nessa ocasião a realidade de seis países Burundi, República Centro-Africana (CAR), Guiné, Guiné-Bissau, Libéria e Serra Leoa.
Entre eles, Patriota ressaltou progressos, como a posse de um novo presidente na Guiné-Bissau, país que vinha tentando restaurar a ordem constitucional após um golpe de estado, e retrocessos em outros, como a República Centro-Africana, onde o conflito recomeçou.
(foto: PNUD G-Bissau) |
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