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Joseph Pulitzer

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Silencio de alguns jornalistas, politiqueiros, mensageiros do amor e outros que tais

Fora de controle, desmatamento na Guiné-Bissau é milionário

COMEÇA A FICAR TARDE PARA TRAVAR ESTA DEVASTAÇÃO DESCONTROLADA E UM ATENTADO CONTRA O POVO DA GUINÉ-BISSAU, QUE VIRÁ A SOFRER A BREVE PRAZO EM CONSEQUÊNCIA DESTE CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE.

SIMULTANEAMENTE O PAÍS ESTÁ POSSIVELMENTE A SER LUDIBRIADO NESTA "ACTIVIDADE MADEIREIRA"


Imagens de hoje da companhia FOLBI que atribuiu sub-concessões aos operadores asiáticos.



O fenômeno cresceu desde o golpe militar de abril de 2012. As comunidades das aldeias atingidas condenam, mas preferem se calar. Espalha-se o medo de represálias por parte de quem está por trás do crime ecológico.




 * O embaixador da China na Guiné-Bissau, Yan Banghua, disse que o país não faz negócios ilegais com o país africano, respeita as leis e mantém boa cooperação com o Governo local. O representante do secretário-geral da ONU, José Ramos-Horta, visitou um local onde as madeiras estão sendo cortadas. Ele disse acreditar que a comunidade internacional vá se levantar contra os crimes ambientais. 

 * O principal alvo desse negócio milionário é o pau-de-sangue – uma árvore de grande porte, que pode chegar a 30 metros de altura. Conforme informações levantadas por ativistas junto à alfândega chinesa, cada contêiner com troncos dessa árvore vale o equivalente a 17,7 mil euros. Os troncos das árvores são descascados e alocados dentro dos contentores antes de serem exportados. 

 * Impotência nas tabancas e aldeias. Os moradores acreditam que o desmatamento causa a falta de chuvas. "Somos agricultores e um agricultor sem chuva não pode produzir", disse um agricultor de Bafatá. Ele levou a reportagem até uma área onde havia restos dos troncos que foram carregados em contentores dias antes. "Houve protestos, mas agora as pessoas estão sendo ameaçadas. Ninguém mais fala sobre isso", diz.
 
 * Os guineenses jamais viram tantos troncos sendo retirados de suas florestas quanto no primeiro semestre de 2014. Conforme dados levantados por ambientalistas locais através de conexões com diferentes alfândegas no estrangeiro, 750 contentores oriundos do porto de Bissau entraram na China no período. A estimativa, porém, é de que 150 contentores saiam por semana de janeiro a junho de 2014. 
 
 * Mão de obra jovem. Ambientalistas e moradores das tabancas identificam a presença de jovens guineenses e dos países vizinhos no corte ilegal da madeira. Conforme informações colhidas pela reportagem da DW África, cidadãos da Guiné Conacry e Gâmbia são atraídos pela oferta de trabalho. Caminhões oriundos destes países também foram identificados nas tabancas.
 
 * A DW África levantou o esquema de aluguel de licenças para cidadãos comuns chegarem às tabancas com documentação para apresentar aos moradores. Desta forma, não havia resistência para a extração e transporte dos troncos. Para participar do negócio de corte e venda de madeira, era necessário pagar para o dono de uma licença e também pagar os cortadores. Apenas 14 serrações são licenciadas no país. 

 * Uma fonte da reportagem diz que a venda de dois contêineres de madeira garante o sustento de uma família por alguns meses. "Muitos que entraram no negócio irregular estão ricos", diz. Para ele, o corte ilegal está tão elevado devido ao momento que o país vive. "Não há controle, não há Estado. Só quem tem uma madeireira pode conseguir essa licença. Mas agora todo mundo está no mato", salienta.

 * A DW África apurou que, em 2010, saíram 15 contentores com madeira do porto de Bissau, Em 2013, o número chegou a 409 – aumento de quase 30 vezes em três anos. O movimento de caminhões foi constante em Bissau durante o período pré-eleitoral, quando a DW África documentou o fenômeno. Ativistas escreveram um panfleto anônimo com dados sobre a exportação. A mídia local deixou de falar do assunto.

 Fotografias ainda do sector de Xitole, onde se podem verificar vários pontos de armazenamento. Começa a tornar-se evidente que este nível de organização é claramente concertado com alguns agentes de autoridade.





  (fotos: várias fontes)

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