O Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), acusou esta quarta-feira, 7 de Outubro, o Presidente da República José Mário Vaz de uma tentativa que classificou de inadmissível de ingerência nos assuntos internos do partido.
Em comunicado de imprensa que a PNN consultou, o PAIGC considera que com esta iniciativa, Mário Vaz estar a tentar ditar ao partido os critérios para escolha dos membros do seu Governo, e sustenta que é absolutamente normal que uma boa parte dos membros do antigo governo esteja na proposta do novo elenco governamental.
”O Governo ora proposto pretender ser a continuidade do Governo anterior que assumiu importantes compromissos internacionais nomeadamente na mesa redonda de Bruxelas”, lê-se no documento.
O PAIGC lembrou também a sua responsabilidade política na governação enquanto vencedor das últimas eleições legislativas com base num programa escolhido pelos guineenses. Deste modo “ao primeiro-ministro indigitado pelo PAIGC cabe escolher os homens e as mulheres que achar para implementação desse programa”, informa o comunicado.
No mesmo documento o partido afirma estranhar a resposta de Mário Vaz ao pedido da Comissão de Inquérito da Assembleia Nacional Popular (ANP) para apresentar provas das acusações que fez contra o anterior Governo liderado por Domingos Simões Pereira.
Neste sentido, o PAIGC considera que Mário Vaz tenha “furtado” as suas obrigações respondendo por carta ao Presidente da ANP em que pede que lhe seja precisado que passagem do seu discurso de 12 de Agosto tenha feito tais acusações. “O PAIGC convida o Presidente da Republica a facultar todas provas de que dispõe em relação a essas acusações e reitera a sua firme determinação em tirar as devidas ilações das conclusões de trabalho da referida comissão de inquérito apurando responsabilidades políticas e judiciais”, sublinha o comunicado.
Em referência aos nomes de membros do Governo propostos, segundo os quais Mário Vaz afirmou que pendem processos judiciais, o partido convidou o Presidente da República, mais uma vez, apresentar provas destas acusações, comprometendo-se o partido a retirar da proposta do Governo as figuras com acções judiciais.
Relativamente à crise política em curso no país desde há quase dois meses, o PAIGC acusou Mário Vaz de ser responsável da crise que qualificou de “desnecessária e inútil” com enormes custos políticos, económicos e sociais para a Guiné-Bissau. “Quando se esperava do Presidente da República, enquanto promotor da crise, uma vontade inequívoca para a sua rápida resolução, assistimos ao longo destes dois meses sucessivos actos políticos incongruentes por parte deste, nomeadamente a violação da Constituição e das Leis da República”, diz o PAIGC.
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