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Joseph Pulitzer

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A TAP isola a Guiné-Bissau do exterior ?

Como luso-guineense e conhecedor profundo do sentir da esmagadora maioria dos guineenses residentes e imigrantes em Portugal, estou profundamente indignado com as asneiras daqueles que estão a desgovernar a Guiné-Bissau, conduzindo-a para o abismo.


O que aconteceu com a TAP em Bissau foi uma verdadeira palhaçada política sem nenhuma graça, para entreter a assistência à escala mundial. Aliás, os guineenses habituaram a comunidade internacional a cenas em nada dignificantes para o país.
Ora, esses aprendizes da feitiçaria política confundem sistematicamente os seus interesses pessoais com os legítimos interesses do país, delapidando o erário público em detrimento do bem comum. O recente acontecimento veio evidenciar a permeabilidade à corrupção dos dirigentes guineenses. Daí que alguns deles cobertos de lama da corrupção pretendem “cobrir o sol com a peneira”, tentando lançar a culpa sobre as autoridades portuguesas e sem o mínimo de vergonha.

Pois bem, a TAP agiu em conformidade com o seu sentido de responsabilidade de zelar pela segurança de pessoas e de bens nos seus aviões, mas viu-se forçada pelos irresponsáveis e incompetentes governantes a trazer os refugiados sírios para Portugal, mesmo com documentos falsos.
Assim este incidente, que poderia ter provocado danos irreparáveis, causou enormes prejuízos aos passageiros, quer de um lado, quer do outro do Atlântico, com significativa perda de tempo. Mas, apesar de incompetência dos governantes guineenses em lidarem diplomaticamente com casos daquela natureza, a TAP deveria reconsiderar o seu breve regresso aos voos para a Guiné-Bissau, satisfazendo o desejo do povo guineense. Aliás, toda a gente sabe que a Guiné não tem governantes à altura dos seus pergaminhos.

Como é que um país que nem tem dinheiro para a realização das suas eleições pode ter uma companhia aérea sustentável? Ouviu-se, mais uma vez, disparate de quem não tem a mínima noção da realidade do país de que é membro do “governo”, dizer em jeito de chantagem que a Guiné-Bissau vai criar a sua própria transportadora aérea, deixando de depender da TAP. Uma coisa que o porta-voz do “governo” guineense não sabe é que a TAP voa para a Guiné-Bissau por razões meramente políticas de ajuda ao povo guineense. Mas, já que querem libertar-se da ajuda generosa de Portugal, então deixem de mandar para cá as centenas de doentes por ano para tratamento médico-hospitalar a custo zero. Ora, o acordo estabelecido entre os dois Estados na área da saúde era que a Guiné deveria comparticipar nas despesas decorrentes do tratamento hospitalar dos doentes vindos da Guiné, mas este “país” nunca cumpriu as suas obrigações financeiras.

Como se isso não bastasse, muitos governantes escudam-se na nacionalidade portuguesa para se poderem deslocar a Portugal e ao espaço da União Europeia, quando precisam dos cuidados médicos ou tratar dos assuntos pessoais. Mesmo assim não têm escrúpulo de falar de Portugal como se fosse uma “república das bananas”, situada ao mesmo nível da Guiné-Bissau. É pena que neste país qualquer pessoa julgue poder ser ministro ou Presidente da República, mesmo não possuindo perfil ético e competências para exercer cabalmente esses cargos.

Como cidadão português e guineense de origem, sinto-me indignado com as ofensas indecorosas proferidas contra o Presidente da República, prof. Cavaco Silva, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, dr. Rui Machete, por quem não tem idoneidade moral e preparação política para representar o humilde e honroso povo guineense.
Por isso venho, em meu nome próprio e no da comunidade imigrante guineense, que tenho servido com toda a dedicação e que, por sua vez, tem contribuído através das suas remessas para ajudar o país de origem, manifestar publicamente o nosso repúdio pelos insultos contra os dois altos dignatários da Nação e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes também a nossa solidariedade na defesa da causa comum.

Convenhamos que tanto o povo como a comunidade guineense em Portugal não se revêem nas condutas desviantes dos salteadores do poder que está na rua e queremos manter os laços históricos com o povo português independentemente das politiquices dos (des)governantes do país de faz de conta.
Com os seus irresponsáveis e criminosos actos a soldo de algum dinheiro, só têm causado enormes prejuízos ao país e à diáspora guineense em Portugal, bem como àqueles que se servem de Portugal, provenientes de outros países, para viajar até à Guiné e vice-versa.
Portugal é o país que mais tem ajudado a Guiné desde a independência até hoje e tem sido o lobby da Guiné junto da comunidade internacional.

(Dirigente da Associação Guineense de Solidariedade Social)
 
 (in:Publico)

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