Os Estados Unidos vão reforçar o seu envolvimento no combate à transmissão do vírus do ébola em África, com a promessa de ajuda ao Governo da Libéria para a construção de vários centros de tratamento e o envio de milhares de militares.
Depois do anúncio da instalação de um pequeno hospital de campanha com apenas 25 camas, o Presidente norte-americano, Barack Obama, vai dizer nesta terça-feira que apoiará a construção de 17 centros de tratamento na Libéria, com cerca de 1700 camas.
Para além da ajuda na construção de centros de tratamento, os EUA vão enviar para os países da África Ocidental mais afectados pelo vírus do ébola até 3000 militares. Ao todo, o Governo americano prevê gastar 750 milhões de dólares (580 milhões de euros) nos próximos seis meses.
O plano da Casa Branca inclui a partilha do comando das operações na capital da Libéria, Monróvia, através de um destacamento do Departamento de Defesa dos EUA. Entre o pessoal militar que vai ser enviado para a Libéria estão especialistas que têm como missão treinar até 500 profissionais de saúde liberianos por semana.
"Todos reconhecemos que esta epidemia é extraordinária e muito séria", disse um responsável do Governo dos EUA, citado por vários jornais norte-americanos sob a condição de anonimato.
William Schaffner, especialistas em doenças infecto-contagiosas na Universidade Vanderbilt, no estado norte-americano do Tennessee, descreveu o novo plano da Casa Branca como "um compromisso de primeira ordem", que parece ser "coordenado e coerente".
Em declarações ao The New York Times, o especialista explica que o Departamento de Defesa é "o verdadeiro núcleo" de todo o plano "porque o ponto principal de qualquer operação de contenção de uma epidemia é a capacidade de fazer chegar os bens aos sítios certos".
O The Washington Post escreve que o envolvimento dos militares norte-americanos indica que as autoridades do país reconhecem que a epidemia pode ficar ainda mais descontrolada.
"Todas estas valências, em conjunto, vão mudar o curso desta epidemia", disse o mesmo responsável norte-americano citado pelo The New York Times e pelo The Washington Post.
Os detalhes do plano vão ser anunciados nesta terça-feira pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, no Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, em Atlanta.
A Libéria foi o segundo país atingido pelo surto de ébola, que surgiu na Guiné-Conacri em Dezembro de 2013. Desde então, o vírus já chegou à Serra Leoa, Nigéria e ao Senegal, com uma pessoa infectada.
Na Libéria, 14 dos 15 municípios têm pessoas com ébola. Há quase 2000 pessoas infectadas e mais de um milhar de mortes. Segundo a OMS, a mortalidade neste país é de 58%, uma das mais altas.
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