O Presidente da República, José Mário Vaz, anunciou esta quarta-feira, 24 de Setembro, que vai indultar cidadãos nacionais detidos no país, como gesto de perdão e reconciliação nacional da sociedade guineense.
«Aproveito para tornar público que irei indultar cidadãos nacionais, como gesto simbólico de que é possível o perdão e a reconciliação no seio da nossa sociedade», disse José Mário Vaz.
O Chefe de Estado guineense fez o anúncio durante a cerimónia de comemoração da data da Independência Nacional, 24 de Setembro, sublinhando que cada um destes cidadãos nacionais merece uma segunda oportunidade na vida, apelando igualmente à comunidade internacional uma segunda oportunidade para a Guiné-Bissau.
Por outro lado José Mário Vaz disse acompanhar o interesse e a dinâmica que têm vindo a ser empreendidos no país no que tange à reconciliação nacional.
«A tomada de posição sobre questões potencialmente fracturantes deve ser objecto de um alargado e aturado debate nacional», referiu o Presidente.
No capítulo da Justiça, o Chefe de Estado disse esperar um verdadeiro «virar de página» no sector, colocando o cidadão no centro de toda a sua actividade, por ser ele o fundamento e a razão de ser da justiça.
«O medo, a arrogância, o abuso de poder, a parcialidade, a corrupção e o interesse obscuro que têm gravitado a justiça na afirmação do Estado de direito democrático da Guiné-Bissau tem que acabar», determinou.
Ao nível das Forças Armadas, o Presidente informou que as mudanças feitas recentemente, com o afastamento de António Indjai das funções de chefia militar, assim como as outras medidas ainda a serem tomadas não devem ser entendidas como sendo «contra» alguém.
«Estas medidas foram feitas e serão do interesse de todos nós, pelo que em cada momento temos que avaliar quem, em função das circunstâncias, está em melhores condições para servir o bem comum», referiu.
Relativamente ao período de transição que recentemente terminou no país, Mário Vaz disse que a Guiné-Bissau tem que ter uma visão e estratégia claras para o futuro.
O Presidente da República reiterou as suas palavras, no que respeita aos guineenses «meterem mãos na lama» para a construção da economia do país, conforme os ensinamentos de Amílcar Cabral.
«É um desafio para todos de que nenhuma pessoa deve ser excluída, porque somos importantes para esta gigantesca missão, o momento de uma revolução verde para reduzir o nível de fome», sublinhou.
Num discurso de 14 páginas, o Presidente guineense disse que a Guiné-Bissau já não tem condições nem pode dar-se ao luxo de voltar a embarcar em aventuras de golpes de Estado.
«Basta das sucessivas alterações da ordem constitucional, seguidas de períodos de transição política, pois o país já não tem condições e nem pode dar-se ao luxo de voltar a embarcar em aventuras semelhantes», advertiu.
O Chefe de estado terminou a sua mensagem com mais um apelo à comunidade guineense na diáspora, no sentido de regressar ao país de origem como forma de contribuir para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
A cerimónia decorreu na sede do Parlamento guineense, em Bissau, e contou com a presença de uma delegação da Guiné-Equatorial, chefiada por Rufino Ndong Essono Ntchama, no âmbito da parceria com a Fundação «Obiang Nguema Mbasogo e Amílcar Cabral».
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