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Joseph Pulitzer

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Entre Nós Ku Nós


Desafio ao PRS – PARTIDO DA RENOVAÇÃO SOCIAL


“A Liberdade Mental deve ser da autoria do Próprio Individuo”. Dr. Kumba Yalá


Desde as eleições muito tenho escrito sobre a Guiné- Bissau, mas nunca tinha dedicado umas linhas ao maior partido da Oposição. Melhor, ao Partido do arco da governação.

Um partido que, num total de 102 deputados na assembleia da república, por ter 41 deputados merece toda a atenção de todos os guineenses. Um partido que detém a confiança de um número significativo de eleitores merece ser também chamado à responsabilidade numa situação de crise em circunstâncias. O próprio Secretário Geral do partido Florentino Mendes Pereira diz : “Neste momento o país está a atravessar um momento muito delicado”.

Aliás, se repararam e permitam-me dizê-lo, não apenas neste momento, mas desde a vossa tomada de posse em que fizeram parte de um governo que foi derrubado. Desde essa altura o País está a par com uma crise, que piorou-se e tem vindo a agravar e desconhecemos o seu fim. O vosso eleitorado, os que votaram no partido PRS desconhecem esse fim.

Por este facto há muito que se exigia o vosso posicionamento pelo respeito ao vosso eleitorado. Pelo vosso ideal de Partido, pelo superior interesse nacional. E também e porque não, pela Paz e estabilidade que deve ser garantida por todos os actores políticos.

Se o partido que tem a maioria absoluta na assembleia, o PAIGC, esse mesmo partido onde pertencem o Presidente da Republica, como também o Presidente da Assembleia Nacional Popular, não se entende internamente, não constituem no momento o garante da Paz e Estabilidade, deve o Partido da Renovação Social desde a primeira hora demarcar-se desse desentendimento “obscuro”. Se fizerem /fizermos a análise fria e com o devido distanciamento, o vosso eleitorado, o povo desconhece em concreto as motivações e causas desse desentendimento. Na certeza porém que de interesse geral nada tem.

E de fora nos apercebemos que inerente a essa crise também estão “ódios recalcados, interesses pessoais, vinganças, estratégias, jogos, intrigas etc “.

E por isso mesmo, hoje quis-me dirigir ao vosso partido, partido que já assumiu a liderança de um país, para apelar à responsabilidade de em determinados momentos constituir “o fiel da balança”. De assumir a sua responsabilidade perante a Nação.

Confesso que desde que se deu esta crise, o vosso posicionamento, quanto a mim nunca foi claro, e muitas vezes dúbio. Deparei-me a pensar se o líder que projectou o PRS, Dr. Koumba Yala teria feito a mesma leitura que fizeram, ou mesmo teria tomado algumas decisões da mesma forma, desde que se deu crise até ao momento? Creio que não!

E sabem porquê? Porque independentemente do que se possa dizer dele, de todos os defeitos que lhe são identificados, das oportunidades que teve em fazer a diferença pelo positivo no seu país e que também desperdiçou. Reconhecia-se nele, um patriota. Um político perspicaz e “esperto”. Mas fundamentalmente um político que, por ter características populistas, gostava de “sentir” o estado de espírito do seu povo. A “vontade” do seu povo. Para o bem ou para o mal, creio que ele faria a diferença neste momento de crise. Tirava o “proveito “político, para constituir a alternativa ao PAIGC fracionado. Ele pretenderia ser o “herói” da solução, pelo prazer de diminuir a força do partido dos libertadores. E constituir a alternativa ao PAIGC nas próximas eleições.

Para o bem ou para o mal, ele teria tido peso “negocial” nesta crise. Teríamos tido a “terapia do choque”. Preferível, do que esta “terapia lenta” que nos consome dia pós dia sem saber quando vai terminar. Afinal são 41 deputados. E têm a sua relevância.

Esta é a minha opinião mas vale o que vale. O importante é debruçarmo-nos sobre o nosso país porque, como digo sempre, apenas a nós cabe a resolução dos nossos problemas.

Após ouvir o vosso Secretário -Geral Florentino Mendes Pereira, de que brevemente irá ser convocada uma conferência de imprensa para falarem ao País, elucidar, penso eu, o seu eleitorado, o Povo da Guiné- Bissau, (que sobrevive há quase 60 dias sem governo) do seu posicionamento face a esta crise.

Para além do que já sabemos:

- Não têm nenhuma aliança com Presidente da República.

-Não pretendem tomar parte de mais este governo proposto.

- Pretendem estar na oposição.

E porque não gosto de pressupor, especular ou julgar sem conhecer a real situação, lanço um desafio ao PRS para que essa conferência também consiga abordar:

- De forma clara e inequívoca a vossa posição a partir daqui.

- A V/demarcação relativamente às partes em desavença.

- Qual o vosso papel desde que se deu a crise.

- O que falhou, o que constituiu obstáculos para que depois de terem feito parte de um projecto de governação, virem agora recusar fazer parte do mesmo.

- Que soluções /caminhos apontam para o fim desta crise.

No fim tirem ilações:

- Não se esqueçam da vossa importância enquanto partido. Da vossa relevância nos desígnios de um País.

- Não se esqueçam da vossa responsabilidade também na estabilização, tranquilidade e paz que o Pais precisa e o povo espera.

- Não se esqueçam de que a Democracia não se esgota nas urnas. E que dos resultado das urnas reflecte a vontade do seu povo. Deve- se fazer a devida leitura e respeitar essa mesma vontade.

- Não se esqueçam de que de todos os interesses que possam estar em cima da mesa, há um maior: O Bem- Estar geral do vosso povo. A dignidade do vosso País.

Os orgulhos, os rancores, esses devem ser postos de parte. Que o ideal do vosso partido de DA RENOVAÇÃO SOCIAL fale alto e bem alto no progresso e desenvolvimento.

Sejam verdadeiros estadistas. Façam a “ Real Política”.

O vosso eleitorado espera de vós essa posição. O povo em geral necessita dessa clarificação. O país, esse não pode esperar!

Que ninguém desista da nossa Terra! Agarremo-nos à Esperança e porque …
No fim GUINÉ- BISSAU e seu Povo 1º!



06/10/2015

Amélia Costa Injai (ACI)

Guineense
Gestora Bancária
Licenciada em Ciências da Comunicação e Cultura
Formação Gestão e liderança

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