O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu ao primeiro-ministro Carlos Correia que reformule a proposta do elenco governamental apresentada na passada sexta-feira.
Na carta enviada nesta terça-feira, José Mário Vaz justificou a sua posição com o número excessivo de pastas do Executivo e o facto de 80 por cento do novo elenco ser constituído por membros do governo do ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, exonerado a 12 de Agosto.
"O senhor primeiro-ministro deve levar em conta as razões que levaram o senhor Presidente da República a exonerar o anterior Governo", segundo meios políticos próximos à Presidência da República.
Além de recusar vários nomes, não revelados, da lista apresentada por Carlos Correia, o presidente da República considera também excessivo o número de 34 ministérios, lembrando que a Guiné Bissau é um país pobre.
José Mário Vaz considera que propor os mesmos nomes não ajuda aos "esforços de eliminação das causas que estiveram na origem da grave crise política que pôs em causa o regular funcionamento das instituições".
Aquando da exoneração de Domingos Simões Pereira, o presidente da Guiné Bissau sustentou a decisão com perda de confiança e suspeitas de ilegalidades cometidas por membros do governo demitido.
Em resposta, o PAIGC - partido a que pertencem José Mário Vaz, Carlos Correia e Domingos Simões Pereira - divulgou novo comunicado no qual acusa o presidente da República de tentar subverter a Constituição do país.
A Guiné Bissau, um dos países mais pobres do continente africano, está mergulhada em grave crise política e institucional, que se arrasta há mais de dois meses.
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