O Governo de Cabo Verde negou a realização de furos de prospeção de petróleo nas águas territoriais do arquipélago sem o seu conhecimento, soube a PANA na cidade da Praia de fonte oficial.
Esta semana o coordenador da equipa cabo-verdiana no Comité de Ligação sobre a fixação dos limites exteriores da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas, António Lobo de Pina, disse à Rádio de Cabo Verde (RCV) que estudos científicos recentemente realizados por pesquisadores noruegueses revelaram indícios de furos para prospeção de petróleo nos mares de Cabo Verde, efetuados por “entidades que supostamente as autoridades cabo-verdianas desconhecem”.
Numa primeira reação a esta notícia, que causa alguma estranheza e preocupação junto da opinião pública cabo-verdiana, o ministro da Defesa Nacional e porta-voz do Conselho de Ministros disse que Cabo Verde “está longe de ser uma República que não presta o devido cuidado àquilo de que dispõe”.
Jorge Tolentino afiançou que sobre esta matéria “não há razão para preocupação nenhuma”, assegurando que, “no limite dos meios operacionais disponíveis”, os recursos naturais e outros cabo-verdianos, os existentes e aqueles que possam ser meramente suspeitáveis que possam existir, “estão devidamente acautelados e protegidos”.
Trata-se, segundo ele, de uma tarefa assegurada com
recursos nacionais e também com o apoio de outros países e
organizações internacionais.
Jorge Tolentino admitiu que a "especulação"
sobre esse assunto pode ter a ver com a reunião, estes dias, na
Cidade da Praia, do grupo sub-regional africano de Fixação dos
Limites Exteriores da Plataforma Continental Além das 200 Milhas
Náuticas, que pretende apresentar uma petição às Nações Unidas
para o efeito.
O porta-voz do Governo reiterou que o que tem se
dito “nada tem a ver com o alargamento da nossa plataforma
continental”, pelo que é “absolutamente especulação”.
Confrontado com o facto de ter sido o próprio
coordenador da equipa cabo-verdiana no Comité de Ligação sobre a
Fixação dos Limites a falar sobre os estudos que indiciam a
realização de furos de prospeção de petróleo nas águas do
arquipélago, Jorge Tolentino respondeu que isso, de forma alguma, é
corroborado pelo Governo, pelo que, segundo ele, a pessoa que fez
essas declarações é que terá de as sustentar “perante a opinião
pública e perante o próprio Governo”.
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