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Joseph Pulitzer

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Guiné-Bissau vai precisar de ajuda

ONG avisa que período pós-eleitoral será crítico para o futuro guineense.


As eleições na Guiné-Bissau, previstas para domingo, são “um importante primeiro passo”, mas a “fragilidade económica e política” do país exige “ajuda internacional” e “vontade de fazer reformas”, conclui a organização International Crisis Group (ICG), num relatório divulgado ontem.
A organização não governamental analisa o “acidentado caminho” para as eleições na Guiné-Bissau, onde a instabilidade tem aumentado desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, e aponta os “desafios que o novo governo enfrentará”.

Entre eles está a “redistribuição do poder e dos recursos” sem “ameaçar o frágil equilíbrio de forças”, num país “onde a participação no governo tem sido o principal método para adquirir riqueza”.
O ICG alerta que “as eleições são apenas o primeiro passo para um esforço de longa duração para resolver os problemas que prejudicam o progresso há anos”. Ou seja, “não resolverão nada a não ser que os parceiros internacionais colaborem estreitamente com a Guiné-Bissau” após as eleições.
Uma “transformação real só será possível com um forte envolvimento internacional, político e financeiro”, sustenta o ICG, concretizando que “os dadores devem estar prontos para ajudar o governo [guineense] a pagar as despesas imediatas, incluindo os salários da função pública”, e “financiar os programas de desenvolvimento a longo prazo”.

A organização sugere ainda que o levantamento de sanções contra os golpistas seja utilizado como “um incentivo à cooperação”, cabendo às futuras autoridades cumprirem com a aprovação de uma lei que amnistie os responsáveis pelo golpe.
O ICG aconselha o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) a, no caso de voltar a governar, “resistir à tentação de adoptar uma atitude de tudo ou nada”. Caso contrário, alerta, “os militares e seus aliados políticos” poderão ter “a tentação de voltar a recorrer à violência se o acesso aos benefícios formais e informais associados ao poder lhes forem retirados”.

Nesse sentido, o ICG aconselha a comunidade internacional a “acompanhar de perto o crucial período pós-eleitoral” e observa que “o destino da transição em curso vai depender, em larga medida, do apoio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que tem apoiado as autoridades de transição desde o início, mas está cansada de pagar as contas de um regime que está perto da bancarrota”.

Quando o mandato do actual representante especial das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, terminar, o ICG espera que “um novo responsável capaz de mobilizar e coordenar a acGUição internacional” o substitua “o mais rapidamente possível”.


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