Um contingente de policiais brasileiros está participando de um treinamento de segurança para as eleições legislativas e presidenciais da Guiné-Bissau. A votação, no país de língua portuguesa do oeste da África, está marcada para o próximo dia 13.
Segundo a presidente rotativa do Conselho de Segurança, Joy Ogwu,
relatos de intimidação e de violência política continuam a ser
registrados às vésperas das eleições na Guiné-Bissau.
Já o presidente da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas,
Antonio Patriota, lembrou que a situação pré-eleitoral é de relativa
calma, mas segundo ele, as ameaças são reais e não fazem parte de um
contexto democrático.
“Existe uma legítima preocupação com atos intimidatórios que são
inaceitáveis dentro das regras democráticas. Caberá às autoridades da
Guiné-Bissau coibir e punir tais comportamentos. E para tanto contarão
com a assistência das Nações Unidas também por meio do Escritório da ONU
em Guiné-Bissau (Uniogbis) assim como a Cedeao e a Ecomib. O Brasil,
bilateralmente, cedeu às Nações Unidas um centro de treinamento (perto
de Bissau) em João Landim que está sendo utilizado para treinar
policiais que se encarregarão da segurança durante as eleições.”
O embaixador brasileiro disse ainda que organizações regionais como a
CEDEAO e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, enviarão
observadores para as eleições.
Será a primeira votação desde a realização de um golpe de Estado em
12 de abril de 2012 que tirou do poder o presidente interino e o
primeiro-ministro guineenses.
Pós Eleições
Após as eleições de 13 de abril na Guiné-Bissau, o país africano de
língua portuguesa poderá contar com uma maior ajuda do Brasil. Segundo
Patriota, o Brasil poderia dar uma grande contribuição ao novo governo
guineense especialmente nas áreas de segurança e de fortalecimento das
instituições do Estado.
“(…) Na capacitação de profissionais porque há uma carência de
gestores, de servidores do Estado até, e também na reforma e
modernização do setor de defesa e segurança. Estamos enviando alguns
técnicos eleitorais agora para ajudar a organizar as eleições. E, como
eu mencionei, o Centro de João Landim para treinamento de policiais que
ajudarão a trazer este ambiente de estabilidade e de calma
imprescindível para que as eleições sejam bem-sucedidas.”
Como parte dos esforços de transição democrática, a ONU enviou o
ex-presidente do Timor-Leste e Prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta,
para chefiar o Escritório da organização em Bissau, Uniogbis.
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