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Joseph Pulitzer

terça-feira, 10 de junho de 2014

Manifesto em defesa da floresta guineense

Um grupo de cidadãos colocou um manifesto na plataforma da internet Avaaz.org em defesa da floresta guineense, cuja exploração está a ser ameaçada pelo tráfico ilegal de madeira, pedindo medidas urgentes ao novo presidente eleito da Guiné-Bissau.


“Os recursos florestais da Guiné-Bissau estão a ser brutalmente extirpados ameaçando a manutenção da sua diversidade genética, a conservação da biodiversidade no país e colocando em perigo as comunidades locais que dependem dos ecossistemas”, refere o manifesto que tem 152 assinantes.

Os subscritores do manifesto não têm dúvida de que a este “ritmo de exploração ilegal de madeira os ecossistemas da Guiné-Bissau entrarão num irreversível colapso”.

Além de pedirem medidas ao presidente José Maria das Neves e ao primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, os autores do manifesto pedem ao governo chinês que reveja a sua forma de cooperação em África (há denúncias de envolvimento de chineses no tráfico ilegal de madeira guineense) e às Nações Unidas e à União Europeia que se pronunciem sobre a acção da China na Guiné-Bissau e apoie a sociedade civil guineense no reforço das suas capacidades de participação na exploração dos recursos naturais.

O manifesto refere que a madeira cortada ilegalmente além dos limites estabelecidos pela licença anual das autoridades guineenses é, “na maior parte das vezes, arrumada em contentores nas matas, e não nas madeireiras como a lei obriga, fugindo totalmente ao controlo da quantidade cortada e processada”.

A primeira denúncia surgiu em Outubro de 2012, em Quínara, e motivou uma revolta popular “quando jovens do sector de Fulacunda identificaram cidadãos chineses usando uma licença de exploração da madeireira Folbi que lhes permitia explorar diariamente dois contentores de madeira”, o equivalente a 34 metros cúbicos/dia.

Na altura, o governo de transição nada fez. Actualmente, as oito regiões do país que estão a ser alvo de tráfico ilegal de madeira “são todas aquelas onde ainda existem manchas florestais”: “Cacheu (sector de Cantchungo), Oio (sectores de Farim, Mansaba e Bissorã), Bafatá (Sectores de Contumbel, Babadinca, Galomaro, Ganadu e Xitole), Gabú (sectores de Pitche, Mansaba e Bissorã), Tombali (Quebo e Catió) e Quínara (sectores de Buba, Fulacunda e Tite).

“Nestas regiões o corte de madeira foi realizado também em áreas protegidas onde o corte massivo de qualquer madeira está interdito”, adiantam os autores do manifesto.

“No corredor ecológico de Salifo, por exemplo, no Parque Nacional do Dulombi cuja criação funcionamento e financiamento está a cargo das ONU, foram retirados 300 contentores (5.100 m3) entre Janeiro e Março de 2014 sob pressão militar”, acrescenta o texto.

Segundo o manifesto, os camponeses estão a ser ameaçados e agredidos por militares “sempre que há resistência em cooperar”, mesmo assim “os relatos e as denúncias aumetam a cada dia que passa”.

Estudos da Organização Internacional das Madeiras Tropicais indicam que apenas 1 por cento da exloração madeireira nos tropicos é sustentável.





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