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Joseph Pulitzer

terça-feira, 3 de junho de 2014

Relatório do UNFPA revela maiores lacunas nos serviços de obstetrícia em 73 países de alto risco

Um relatório lançado nesta terça-feira (3) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em conjunto com a Confederação Internacional de Parteiras (ICM), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros, revela que os principais deficits na força de trabalho das parteiras e parteiros profissionais – enfermeiros/as obstetras e obstetrizes – ocorrem em 73 países onde esses serviços são mais necessários. O relatório recomenda novas estratégias para enfrentar esses deficits e salvar milhões de vidas de mulheres e recém-nascidos.


Os 73 países da África, Ásia e América Latina – entre eles, o Brasil – representados no relatório “O Estado da Obstetrícia no Mundo 2014: Um Caminho Universal – O Direito da Mulher à Saúde” respondem por 96% do total global de mortes maternas, 91% dos natimortos e 93% das mortes entre recém-nascidos, mas têm apenas 42% das parteiras/os profissionais, enfermeiras/os e médicas/os de todo o mundo.

O relatório defende o investimento dos países em educação obstétrica e treinamento para contribuir na redução das diferenças gritantes existentes. Investimentos em educação e treinamento em obstetrícia alinhados com padrões internacionais podem produzir – como mostra um estudo de Bangladesh – um retorno de 1.600% do recurso aplicado.

“As parteiras e os parteiros profissionais contribuem enormemente para a saúde de mães e recém-nascidos e o bem-estar de toda a comunidade. O acesso a cuidados de saúde de qualidade é um direito humano básico. Maior investimento em obstetrícia é chave para tornar esse direito uma realidade para mulheres em todos os lugares”, disse o director executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin.

Parteiras e parteiros profissionais têm um papel crucial no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) números 4 (reduzir a mortalidade infantil) e 5 (melhorar a saúde materna). Quando educados segundo padrões internacionais e inseridos num sistema de saúde plenamente funcional, eles e elas podem prover cerca de 90% dos cuidados essenciais para mulheres e recém-nascidos e podem reduzir potencialmente em dois terços as mortes maternas e de recém-nascidos.

Apesar do declínio contínuo das mortes maternas nos 73 países abordados pelo relatório – que tiveram uma redução anual de 3% desde 1990 –, bem como das mortes de recém-nascidos – que caíram cerca de 1,9% ao ano no mesmo período – esses países precisam fazer mais para enfrentar a grave carência de cuidados obstétricos.





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