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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Xanana Gusmão "ONU não está a gastar fundos suficientes na Guiné-Bissau"

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou, num discurso a que a Lusa teve hoje acesso, que as Nações Unidas não estão a gastar fundos suficientes na Guiné-Bissau ao contrário do que aconteceu em Timor-Leste, onde se gastaram "demasiados".



A afirmação de Xanana Gusmão foi feita em Nova Iorque no âmbito de um encontro para falar sobre "Transições de manutenção de paz: Lições aprendidas com a missão da ONU em Timor-Leste", num discurso hoje enviado à agência Lusa.

"Saí de lá (da Guiné-Bissau) com a impressão que as Nações Unidas estão a cometer o erro contrário ao que cometeram em Timor-Leste. Ao passo que em Timor-Leste se gastaram demasiados fundos, na Guiné-Bissau não estão a ser gastos fundos suficientes", afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense realizou no início do mês uma visita de trabalho à Guiné-Bissau como presidente do G7+, organização criada em abril de 2011 que reúne 18 Estados-membros, entre os quais Timor-Leste e Guiné-Bissau, e que defende reformas no modo como a comunidade internacional apoia os países frágeis ou em situação de pós-conflito.

"Isso torna a missão do representante do secretário-geral da ONU, o meu querido irmão Dr. José Ramos-Horta, deveras difícil", disse.
Durante a visita de Xanana Gusmão à Guiné-Bissau foi assinada uma declaração de princípios onde todos os setores do país manifestaram total empenho na restauração da ordem constitucional e apelam à comunidade internacional para reconsiderar as sanções com o objectivo de se iniciar o registo eleitoral credível o mais rapidamente possível.

"A intenção é ter este registo concluído até final do presente ano, de modo a permitir a realização de eleições em finais de fevereiro de 2014", disse Xanana Gusmão, salientando que são precisos cinco milhões de dólares para preparar o registo eleitoral.
O primeiro-ministro timorense informou também os presentes que Timor-Leste já contribuiu com um milhão de dólares.

"Acredito que com um fundo gerido pelo PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento) e apoiado por Timor-Leste podemos pelo menos dar início a este processo vital para garantir eleições justas e credíveis", sublinhou.

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