Tendo
em conta a importância da juventude no processo de desenvolvimento e
maturidade política de um país, é fundamental saber o que pensa sobre o
seu futuro para que se possa construir um novo referencial de sociedade
guineense. Existem hoje jovens com problemas específicos e
sensibilidades particulares e não é possível, e ainda bem, tratá-los de
forma tão abrangente.
Daí que aquém gere os destinos de um país compete criar um ambiente favorável para o desenvolvimento pleno dos jovens. O facto de existirem jovens com problemas, sensibilidades, vontades e tendências distintas enriquece e muito um país, pelo que não restam dúvidas de que esta camada da população deve experimentar novas vivências, realizações, participação nas decisões públicas e no associativo consciente e organizado, pois é uma interessante forma de cumprir a educação não formal e um contributo importante para a realização do quotidiano.
É desta forma que pretendo partilhar alguns aspetos que devem ser tidos em conta na definição de uma política pública para a juventude e também no campo do associativismo, como ferramenta de participação dos jovens em termos do exercício da cidadania ativa, responsável e organizada. No entanto, é importante compreender que as políticas públicas, enquanto um conjunto de ações, são coordenadas com o objetivo público, e entendê-la enquanto a expressão das relações entre o Estado e a sociedade é compreendê-la como algo em construção e em permanente disputa entre os atores sociais que os fazem e consequentemente os constroem.
Na verdade, uma política pública deve discutir as questões da raça, etnias, crenças, géneros, classe social, etc., e não se restringir a discutir apenas a forma mas ir muito mais além, construindo socialmente o seu conteúdo e conceito estratégico de sociedade. Reside aqui o papel do associativismo jovem, fundamental no pro- cesso de desenvolvimento, podendo contribuir para a construção da democracia, formação do Estado e resolução dos problemas sociais. Assim é que temos observado iniciativas que são o resultado de uma cooperação entre a sociedade e os jovens e que permitiu demonstrar o forte impacto que o trabalho desenvolvido pelas associações de jovens representam no plano social e económico da Guiné-Bissau. A título de exemplo, as iniciativas como "Movimento Ação Cidadã; Pró-Bolama Ong; Projeto Tchintchor; Projeto Musqueba - Agriculture School For Women"; entre outros, devem ser absorvidas como políticas públicas com impactos na transformação da sociedade guineense e, se for caso disso, incentivadas.
É importante ter presente que a ausência de políticas públicas para esta faixa de idade é um grave problema, pois mais do que nunca os jovens guineenses mostram-se vulneráveis a questões como a delinquência, a violência, etc., que vêm somar-se às mazelas resultantes da falta de investimentos na educação e em programas específicos de capacitação profissional. Não alterando estes pressupostos teremos resultados como os que temos vindo a assistir, através de manifestações de descontentamentos e de revolta, pois a legitimidade acaba por ser garantida pela dificuldade em se fazerem ouvir e isso é óbvio porque mais nada resta. Na Guiné-Bissau, estas políticas precisam de ser trabalhadas num campo mais profundo, no sentido de garantir os direitos relativos a esta camada da sociedade que precisa de investimento na sua educação e segurança.
(in: dn) por Luís Vicente
Daí que aquém gere os destinos de um país compete criar um ambiente favorável para o desenvolvimento pleno dos jovens. O facto de existirem jovens com problemas, sensibilidades, vontades e tendências distintas enriquece e muito um país, pelo que não restam dúvidas de que esta camada da população deve experimentar novas vivências, realizações, participação nas decisões públicas e no associativo consciente e organizado, pois é uma interessante forma de cumprir a educação não formal e um contributo importante para a realização do quotidiano.
É desta forma que pretendo partilhar alguns aspetos que devem ser tidos em conta na definição de uma política pública para a juventude e também no campo do associativismo, como ferramenta de participação dos jovens em termos do exercício da cidadania ativa, responsável e organizada. No entanto, é importante compreender que as políticas públicas, enquanto um conjunto de ações, são coordenadas com o objetivo público, e entendê-la enquanto a expressão das relações entre o Estado e a sociedade é compreendê-la como algo em construção e em permanente disputa entre os atores sociais que os fazem e consequentemente os constroem.
(foto web) |
Na verdade, uma política pública deve discutir as questões da raça, etnias, crenças, géneros, classe social, etc., e não se restringir a discutir apenas a forma mas ir muito mais além, construindo socialmente o seu conteúdo e conceito estratégico de sociedade. Reside aqui o papel do associativismo jovem, fundamental no pro- cesso de desenvolvimento, podendo contribuir para a construção da democracia, formação do Estado e resolução dos problemas sociais. Assim é que temos observado iniciativas que são o resultado de uma cooperação entre a sociedade e os jovens e que permitiu demonstrar o forte impacto que o trabalho desenvolvido pelas associações de jovens representam no plano social e económico da Guiné-Bissau. A título de exemplo, as iniciativas como "Movimento Ação Cidadã; Pró-Bolama Ong; Projeto Tchintchor; Projeto Musqueba - Agriculture School For Women"; entre outros, devem ser absorvidas como políticas públicas com impactos na transformação da sociedade guineense e, se for caso disso, incentivadas.
É importante ter presente que a ausência de políticas públicas para esta faixa de idade é um grave problema, pois mais do que nunca os jovens guineenses mostram-se vulneráveis a questões como a delinquência, a violência, etc., que vêm somar-se às mazelas resultantes da falta de investimentos na educação e em programas específicos de capacitação profissional. Não alterando estes pressupostos teremos resultados como os que temos vindo a assistir, através de manifestações de descontentamentos e de revolta, pois a legitimidade acaba por ser garantida pela dificuldade em se fazerem ouvir e isso é óbvio porque mais nada resta. Na Guiné-Bissau, estas políticas precisam de ser trabalhadas num campo mais profundo, no sentido de garantir os direitos relativos a esta camada da sociedade que precisa de investimento na sua educação e segurança.
(in: dn) por Luís Vicente
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