A produção de arroz cresceu 10 vezes em dois anos nas regiões da Guiné-Bissau apoiadas por um programa financiado pela União Europeia e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, anunciou hoje a organização.
(foto: web) |
O salto de 700 para sete mil toneladas faz parte do balanço do
segundo Programa de Descentralizado de Segurança Alimentar (PDSA) que
fornece sementes e dá formação aos guineenses para acabar com o problema
crónico da escassez de alimentos.
O objetivo é fazer com que cada comunidade sabia como trabalhar a
terra e transformar os produtos para ser autossuficiente em termos
agrícolas e alimentares.
Neste cenário, estima-se que a segunda fase do PDSA, iniciada em 2011
e que termina em janeiro de 2014, ajude a melhorar as condições de vida
de meio milhão de pessoas, segundo os dados hoje apresentados em Bissau
por Carla Carvalho, coordenadora do projeto.
Além da produção de arroz, alimento incontornável na dieta alimentar
da Guiné-Bissau, foi conquistado um incremento noutros produtos
agrícolas e introduzidas novas dinâmicas de gestão, criação de reservas e
transformação de cereais, hortícolas e frutícolas.
O PDSA é uma iniciativa do Instituto Marquês de Valle Flôr, sediado
em Portugal, em parceria com a Divutec - Associação Guineense de
Divulgação de Tecnologias e outras oito organizações da sociedade civil
espalhadas pelas diferentes regiões do país.
Entre outros mecanismos, o projeto inclui requisitos mínimos que
obrigam cada comunidade a criar reservas de fundos e de sementes para
poderem receber novas ajudas, criando assim hábitos de
autossustentabilidade, explicou Carla Carvalho.
A reabilitação de "bolanhas" (campos de cultivo de arroz), a
construção de poços e de outras infraestruturas também fazem parte das
intervenções.
Os resultados do PDSA na Guiné-Bissau foram hoje aplaudidos pela UE.
A União "assumiu o compromisso político de ajudar os países
parceiros", como a Guiné-Bissau, "a reduzir até 2025 em pelo menos sete
milhões o número de crianças com menos de cinco anos com atrasos de
crescimento", realçou Pauline Gibourdel, representante da UE na
cerimónia de hoje.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO), 27 por cento das crianças guineenses sofrem de
subnutrição crónica, cinco por cento da população rural tem uma dieta
alimentar pobre e 20 por cento das comunidades rurais vivem com falta de
comida.
(in:lusa)
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