O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, disse esta sexta-feira em Dakar (Senegal) que Cabo Verde está disponível para participar, na medida das suas possibilidades, no financiamento da reforma das Forças Armadas e do sector da segurança da Guiné-Bissau, soube a PANA de fonte oficial.
José Maria Neves garantiu que Cabo Verde vai continuar a apoiar a Guiné-Bissau no seu caminho de regresso à normalidade constitucional, segundo declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV) na capital senegalesa, onde ele participa na Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Neste sentido, voltou a reiterar a disponibilidade do Governo cabo-verdiano em dar suporte técnico e financeiro ao processo para a realização das próximas eleições na Guiné-Bissau que, segundo ele, deverão ter lugar no primeiro trimestre de 2014.
O primeiro-ministro cabo-verdiano garantiu também que os contactos entre os Governos de Cabo Verde e da Guiné Bissau nunca foram interrompidos, apesar de, oficialmente, não haver relações oficiais entre os dois Estados na sequência do golpe militar de abril 2012, que o Executivo da cidade da Praia condenou.
Para o chefe do Governo cabo-verdiano, os recentes incidentes envolvendo a detenção de dois agentes da Polícia Nacional cabo-verdiana em Bissau e os reiterados discursos acusatórios que têm partido das autoridades civis e militares daquele país não constituem motivo suficiente para o rompimento total entre os dois países.
José Maria Neves afirmou que, pelo contrário, não têm faltado contactos, mesmo que informais, entre as autoridades dos dois países, o que deixa perspectivar que Cabo Verde vai continuar a apoiar a Guiné-Bissau a regressar à normalidade democrática.
Este mesmo empenho no apoio à Guiné-Bissau foi manifestado pelo presidente do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição em Cabo Verde, depois de um encontro na passada terça-feira com José Maria Neves para acertarem posições sobre a agenda da Cimeira da CEDEAO.
Na ocasião, Ulisses Correia e Silva saudou os amplos consensos que alcançou com o chefe do Governo no relativo ao dossier Guiné-Bissau e aconselha o “país irmão” a marcar uma nova data para as eleições no mais curto espaço de tempo possível.
“Tudo que tem a ver com a rápida normalização da situação política na Guiné-Bissau interessa a Cabo Verde e à CEDEAO, pelo que o nosso país vai estar alinhado relativamente àquilo que vai sair da cimeira de Dakar”, sublinhou Correia e Silva.
(in:pana)
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