Os funcionários da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) iniciaram nesta quarta - feira uma greve de três dias para reclamarem o pagamento de subsídios em atraso, melhorias de condições e esclarecimento do quadro jurídico enquanto empresa da única estação de televisão do país.
Em declarações à agência Lusa, Zaim Pereira de Jesus, porta-voz da
comissão da greve, disse que durante três dias a TGB terá no ar apenas
"o serviço mínimo", ou seja, 15 minutos do telejornal, mas
exclusivamente com notícias internacionais.
A greve visa exigir
do Governo um esclarecimento sobre se a TGB é ou não uma empresa
pública, a revisão da grelha salarial, que não acontece há mais de 20
anos, o pagamento de três meses do chamado complemento salarial (mais
nove meses do mesmo subsidio referente ao ano 2007) e ainda a melhoria
das condições laborais.
De acordo com Zaim de Jesus, o Governo
não respondeu ao caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores
há mais de dois meses.
"Só depois da iminência da greve é que
fomos chamados para as conversações. Houve um primeiro encontro, mas
inconclusivo, na passada segunda-feira", observou o porta-voz da
comissão negocial.
Contactado pela Lusa, Humberto Monteiro,
director-geral da Comunicação Social, disse que as duas partes, Governo e
o sindicato, voltam a encontrar-se para a resolução dos problemas
invocados pelos trabalhadores da TGB.
O responsável adiantou que
o encontro será presidido pelo ministro da presidência do Conselho de
ministros e porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz.
Também
para quinta-feira está previsto o início da greve dos funcionários da
Radiodifusão Nacional (RDN), que deverá durar quatro dias úteis, para,
entre outros, exigir o pagamento imediato de dois meses de subsídios e
cumprimento de um acordo assinado com o Governo em 2010.
O acordo prevê a efectivação dos funcionários estagiários, contratados na RDN e melhoria de condições laborais.
Bacar
Tcherno Dolé, presidente do comité sindical, adiantou que com a greve
na estação pública as emissões da RDP, RTP e RFI ficarão afectadas, já
que o centro emissor de Nhacra, onde se encontram os emissores destas
antenas internacionais, será desligado.
Por outro lado, Costa
Mbunda, presidente do Fórum dos órgãos de comunicação social públicos da
Guiné-Bissau - que engloba a RDN, a TGB, o Jornal Nô Pintcha e a
Agência Noticiosa da Guiné-Bissau - disse que todos estes órgãos serão
encerrados a partir de quinta-feira e até terça-feira.
Em causa,
sublinhou Mbunda, está o "incumprimento do Governo" do acordo alcançado
com o Fórum em 2010, ao abrigo do qual seriam pagos todos os salários
em atraso, tornados efectivos os funcionários estagiários, bem como
melhoradas as condições de trabalho.
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