O "Projecto para a promoção dos direitos das meninas e das mulheres" pretende dar formação às comunidades locais e criar centros de acolhimento e apoio às vítimas.
(foto:web) |
Entre outras infra-estruturas, está prevista a criação de um centro de acolhimento em Gabú, maior cidade do leste do país, destinado a mulheres e raparigas vítimas de violência.
Haverá ainda quatro outras unidades regionais de intervenção e de apoio psico-social e jurídico às vítimas de violência doméstica, de casamento precoce ou forçado e de mutilação genital feminina - práticas nefastas justificadas com tradições ancestrais.
Essas outras quatro unidades serão criadas no centro do país, em Bafatá e Oio e no arquipélago dos Bijagós - para além de Gabú.
Para mudar mentalidades, o projecto prevê também o reforço das capacidades dos líderes comunitários das mesmas regiões, ou seja, vão receber formação para a promoção dos direitos da mulher, da criança à idade adulta.
As acções pretendem também preparar os responsáveis de cada zona para darem mais atenção às situações de práticas nefastas (como a mutilação genital) ou de violação dos direitos humanos.
A acompanhar todo o processo, serão criados quatro comités de gestão comunitária, nas regiões de Oio e de Bolama-Bijagós.
O projecto vai ser apresentado em Bissau nesta terça-feira, terá uma duração de 28 meses e conta com um financiamento de 342 mil euros, dos quais 300 mil são atribuídos pela União Europeia e 42 mil pelo UNICEF.
A execução do projecto está a cargo do UNICEF, em parceria com organizações não-governamentais guineenses, como a Associação dos Amigos da Criança e o Observatório dos Direitos Humanos, Democracia e a Cidadania.
A desigualdade de género é um problema reconhecido pelas autoridades públicas no país: de acordo com o Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza (2011-2015), "as disparidades e a falta de oportunidades das mulheres são observadas em todos os domínios e sectores".
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