Iaiá Djaló, candidato à presidência da Guiné-Bissau, lamentou ontem as condições do sistema de saúde do seu país, considerando que o mesmo não terá capacidade para lutar contra o surto de vírus Ébola que surgiu na vizinha Guiné-Conacri.
“Nem capacidade temos para tratar o paludismo, quanto mais para
prevenir uma doença que mata num segundo”, referiu Iaiá Djaló, candidato
do Partido da Nova Democracia (PND), durante um comício na Praça do
Bandim, num dos bairros de Bissau.
As autoridades da Guiné-Conacri registaram, desde Janeiro, 122 casos
suspeitos de Ébola, 80 dos quais mortais, sendo que o vírus foi
entretanto detectado na Libéria.
O ministro da Saúde do Governo de transição da Guiné-Bissau,
Agostinho Cá, referiu há uma semana que o surto não chegou ao país e
anunciou que foram accionados mecanismos de alerta precoce nas regiões
que fazem fronteira com a Guiné-Conacri.
Iaiá Djaló prometeu reformar o sector da saúde e apelou ao voto,
perante uma plateia constituída maioritariamente por jovens, alguns dos
quais esperaram desde a hora marcada, 16:00, por um comício que só
começou às 19:00.
Num bairro sem electricidade, Iaiá Djaló precisou da ajuda dos faróis
de uma viatura da comitiva para iluminar o palco onde discursava.
No bairro também não há água canalizada, nem saneamento, tal como
acontece por todo o país, outro problema que Djaló quer colocar no
centro da discussão ao defender a criação de um Ministério da Água.
No mesmo dia em que os sectores da saúde e educação entraram em greve
por falta de pagamento de salários, o candidato do PND quis ainda saber
“onde está o dinheiro” destinado aos professores, médicos e
enfermeiros.
Em jeito de resposta prometeu lutar contra a corrupção no Estado –
uma promessa que tem sido transversal a todos os discursos dos
candidatos às eleições gerais de 13 de Abril.
Iaia Djaló já foi ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-diretcor-geral do Instituto Nacional de Previdência Social.
O PND tem um deputado na actual composição da Assembleia Nacional Popular.
As eleições gerais (presidenciais e legislativas) na Guiné-Bissau
estão marcadas para 13 de Abril com 13 candidatos presidenciais e 15
partidos a concorrer à Assembleia Nacional Popular.
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