A conferência internacional sobre a Guiné-Bissau, realizada no dia 25 de março, em Bruxelas, permitiu mobilizar mais de mil milhões de euros de apoios da comunidade internacional, com Portugal a comprometer-se com um programa de cooperação de 40 milhões de euros.
"Não vale a pena ter dinheiro sem previamente ter projectos onde o aplicar. Esse é um trabalho que estamos a fazer. Para alguns fundos, já tínhamos projectos elaborados, mas para outros ainda vamos ter de os elaborar", salientou o governante à agência Lusa, no final da conferência "A Mesa Redonda de Bruxelas e as perspectivas atuais para o investimento na Guiné-Bissau".
Degol Mendes revelou que já houve encontros com representantes da União económica e Monetária da África Ocidental, tendo sido definidas as áreas de intervenção e os respectivos montantes.
"Depois disto, temos de elaborar os projectos", sublinhou o secretário de Estado do Plano e da Integração Regional, adiantando que "com Timor-Leste também identificámos as áreas onde aplicar os fundos prometidos".
"Só falta uma carta do Governo, que vai seguir nos próximos dias, para poder rubricar o acordo com que chegámos sobre a utilização desses fundos", acrescentou.
Mas para o governante, mais importante do que os "1,3 mil milhões de euros" prometidos, que serão disponibilizados nos próximos cinco anos, é o facto da comunidade internacional "partilharem da nossa visão e sabermos que os parceiros estão disponíveis para nos acompanhar".
"Muitos dos que foram à mesa redonda [de Bruxelas] não anunciaram montantes, anunciaram apoios em determinadas áreas, mas não indicaram o montante exacto. Se nós contabilizarmos todos esses anúncios, o fundo de apoio pode ser superior a dois mil milhões de euros", frisou.
Em Coimbra, perante uma plateia com cerca de três dezenas de pessoas, a maioria estudantes guineenses, Degol Mendes reiterou que os motores de crescimento daquele país africano são os sectores da agricultura, pescas e turismo, sem esquecer o desenvolvimento do sistema educativo, sanitário e o investimento nas infraestruturas.
A conferência foi promovida pela Associação Comercial e Industrial de Coimbra, que aproveitou uma visita particular do secretário de Estado do Plano e da Integração Regional da Guiné-Bissau à cidade do Mondego, onde estudou na Faculdade de Economia, na década de 90 do século passado.
"O objectivo foi mostrar a nova Guiné-Bissau que estamos construir, através de uma estratégia bem definida e partilhada com o povo, em que haverá oportunidades para todos", disse o governante, que, apesar do carácter privado da sua visita, vai estabelecer contactos nos próximos dias com empresas da área industrial interessadas em investir no país.
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