O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, apelou nesta segunda-feira aos políticos guineenses para procurarem um "equilíbrio" entre a amnistia para os autores do golpe de Estado de 2012 e o combate à impunidade.
Ramos-Horta falava à margem da
abertura do novo ano legislativo na Assembleia Nacional Popular (ANP),
que, entre outros pontos, vai debater uma lei de amnistia para os
autores civis e políticos do último levantamento militar.
"Tem
havido tantos atropelos à vida humana, à dignidade do ser humano na
Guiné-Bissau" que "o projecto de lei de amnistia tem que ter em conta a
percepção pela sociedade guineense perante a impunidade", afirmou
Ramos-Horta.
Segundo o representante da ONU, o que a comunidade
internacional defende na Guiné- Bissau é que não haja "impunidade,
desrespeito pela integridade física e dignidade do ser humano".
Para
Ramos-Horta é da competência dos órgãos de soberania guineense tomarem
as decisões que possam "preservar a justiça, mas sem descurar o
princípio da luta contra a impunidade".
"É preciso encontrar
formas de sarar feridas, reunir a grande família guineense. É necessário
o equilíbrio entre as exigências da justiça e a realidade política. Mas
isto cabe aos líderes políticos", observou Ramos-Horta.
O
responsável aproveitou a ocasião para enaltecer o facto de o presidente
guineense de transição ter marcado a data das eleições gerais para 16 de
Março de 2014, afirmando esperar que tal seja "uma realidade".
"Aplaudimos
(a marcação da data das eleições) e aplaudo o discurso do presidente de
transição, hoje (na ANP) que parece demonstrar total determinação em
cumprir com todo rigor o calendário, para que as eleições sejam
realizadas em Março", disse o representante da ONU na Guiné-Bissau.
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