O IMVF e a ONG guineense DIVUTEC apresentaram no dia 29 de outubro um balanço dos 24 meses da sua ação, que se traduziu num aumento da produção de bens alimentares agrícolas, em sete das nove regiões do território da Guiné-Bissau, beneficiando diretamente 7.498 guineenses e, indiretamente, 501.099 habitantes daquelas regiões.
Ao longo dos dois anos do programa e das campanhas agrícolas
acompanhadas, os resultados preliminares apontam para uma produção total
de 7.110 toneladas de variedades locais de arroz; 157 toneladas de cereais secundários, leguminosas, raízes e tubérculos; e 116 toneladas de hortícolas.
Registou-se igualmente um aumento da quantidade global de produto transformado pelas descascadoras de arroz e moinhos de milho, e respetiva rendibilidade para as comunidades, bem como na capacidade de conservação dos produtos. A conjugação destes resultados traduziu-se no incremento do período médio em que os membros destas organizações têm alimentos produzidos por si próprios.
Apesar de se encontrar ainda curso a conclusão da recolha e o tratamento de dados finais do Programa Descentralizado de Segurança Alimentar e Nutricional nas Regiões da Guiné-Bissau II (PDSA/GB II), já é assim possível afirmar que o trabalho desenvolvido pelo IMVF e pela DIVUTEC em 51 aldeias e em colaboração com 56 organizações comunitárias locais estão assim a contribuir para o reforço da segurança alimentar e nutricional das regiões e populações mais vulneráveis.
Os resultados devem-se à estratégia de reforço da autossuficiência das organizações comunitárias locais, cujas estruturas e mecanismos de gestão foram reforçados através da formação de Comités de Gestão de Infraestruturas, equipamentos e perímetros agrícolas. Foram igualmente reforçadas as suas capacidades ao nível de técnicas e práticas agrícolas. Esta capacitação foi assegurada por organizações da sociedade civil guineenses, que beneficiaram de assistência técnica, disponibilização de meios e de um programa de formação, que as dotou de competências-chave necessárias para a implementação do programa.
Para além das ações especificamente direcionadas às organizações guineenses, o projeto integrou ainda ações destinadas a toda a população como o boletim informativo “KEBUR”, os programas radiofónicos “Escola Agrícola do PDSA” emitido em 10 línguas nacionais, por 7 estações de rádio – 1 de âmbito nacional, 6 de âmbito regional) e “Linha Aberta do Escola Agrícola do PDSA”, fundamentais na disseminação de experiências e boas práticas agrícolas.
Por último, o PDSA/GB II co-organizou com a Rede da Sociedade Civil para a Soberania e Segurança Alimentar na Guiné-Bissau (RESSAN-GB) o Fórum Sociedade Civil, Soberania e Segurança Alimentar.
O PDSA/GB II assentou na continuidade e reforço das ações desenvolvidas no âmbito do PDSA/GB I, implementado entre 2009 e 2011, e em cujo âmbito foram realizados investimentos avultados na reabilitação dos arrozais, introdução de tecnologias de transformação e construção de infraestruturas de apoio à produção e conservação agrícola numa considerável área geográfica. As atividades e a metodologia de intervenção do PDSA/GB II resultaram, assim, do conhecimento e experiência adquiridos ao longo da implementação do PDSA/GB I, visando rentabilizar e potenciar o impacto e sustentabilidade dos investimentos realizados.
O Programa Descentralizado de Segurança Alimentar e Nutricional nas Regiões da Guiné-Bissau II (PDSA/GB II) é uma iniciativa do Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e da DIVUTEC - Associação Guineense de Estudos e Divulgação das Tecnologias Apropriadas, co-financiada pela União Europeia e Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.
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