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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

As novas apostas da cooperação com Cabo Verde

O primeiro ministro António Costa visita Cabo Verde na terça e quarta-feira naquela que será a sua primeira visita oficial ao estrangeiro.


Durante a deslocação, António Costa e o seu homólogo cabo-verdiano José Maria Neves deverão lançar as bases para a discussão do Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2016-2018.

O embaixador de Portugal em Cabo Verde, Bernardo Lucena, adiantou à agência Lusa que o referido programa deveria ter entrado em vigor a 01 de janeiro, o que não aconteceu devido à situação política em Portugal.

Quanto às áreas de intervenção, ressalvou que, apesar de ser prematuro falar delas porque as negociações ainda não começaram, deverá haver uma aposta "em áreas de exigência tecnológica superior às clássicas" da saúde, educação, segurança e social.

Bernardo Lucena adiantou que todos os Programas Indicativos de Cooperação (PIC), que se passarão a designar Programas Estratégicos de Cooperação (PEC), "têm sempre um elemento de continuidade e um elemento inovação".

O próprio primeiro-ministro António Costa disse, em entrevista ao semanário cabo-verdiano "A Semana", que não "seria razoável alterar de forma abrupta os programas de evacuação médica, as bolsas de estudo ou os inúmeros projetos na área da formação".

António Costa disse ainda que as autoridades cabo-verdianas "saberão melhor do que ninguém quais as necessidades que se fazem sentir".

Acrescentou que será possível inovar e sublinhou o conhecimento de Portugal nos setores do mar e das energias renováveis.

Sem avançar valores para o novo PEC, Bernardo Lucena estimou que toda a negociação esteja concluída e o programa assinado "na pior das hipóteses" até final do primeiro semestre deste ano.

Sobre o plano de cooperação que agora termina, no valor total de 56 milhões de euros, Bernardo Lucena destacou o "muito grande impacto financeiro" das evacuações médicas.

Adiantou ainda que a educação tem agora um peso menor do que já teve e que em matéria de segurança, a cooperação tem sido feita sobretudo ao nível da formação.

"Houve programas de cooperação que avançaram, houve algumas inovações nessa área, como o programa de pós-graduação em ciência avançada ou o lançamento do curso de medicina. Houve várias coisas que foram para além da rotina da cooperação, que correram muito bem", disse Bernardo Lucena.

O embaixador admitiu contudo que "houve um ou outro dossier que exigiu uma gestão mais arrastada no tempo", como a prorrogação da linha de crédito de 200 milhões de euros para financiar a habitação social, considerando, no entanto, que "não vale a pena inflacionar problemas que são absolutamente normais".

Sobre as relações económicas entre os dois países adiantou que Portugal continua a ser o primeiro parceiro comercial de Cabo Verde e o investidor mais transversal.

"Há centenas de empresas portuguesas a operar em Cabo Verde. Portugal representa mais de 40 por cento das importações cabo-verdianas. No investimento ocupamos uma posição de destaque e estamos em variadíssimos setores: na banca, nos seguros, na construção, na distribuição, nas tecnologias de informação, cimentos, combustíveis. É difícil arranjar um setor onde não haja uma presença portuguesa", disse o embaixador.

Sobre a estratégia de utilização de Cabo Verde como plataforma para as empresas portuguesas entra entrarem no mercado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) adiantou que "não está a avançar a uma velocidade enorme, mas também não estamos parados".

"Já há empresas de construção [portuguesas] sediadas em Cabo Verde e a partir de Cabo Verde já estão a entrar em concursos e a ganhar concursos em países da África Ocidental", disse.

António Costa estará durante dois dias em Cabo Verde e além dos encontros institucionais participará nas cerimónias do Dia dos Heróis Nacionais, que se assinala a 20 de janeiro, e fará ao Tarrafal, onde Portugal está a apoiar a musealização do antigo campo de concentração.



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