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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mea culpa: Nem um Nobel da Economia pode salvar a Guiné-Bissau

O Ministro das Finanças do Governo de transição, Gino Mendes, avisou que nem os dois recentes vencedores do Prémio Nobel da Economia nos EUA podem salvar a actual situação económica da Guiné-Bissau.

 


Gino Mendes fez este aviso numa entrevista exclusiva à PNN, quando fazia o ponto da situação do país e falava sobre o atraso que se verifica no pagamento dos salários aos funcionários públicos.
O governante justificou a fraca situação económica do país através da baixa actividade industrial e comercial, que estão paradas e com falta de poder de compra.

«Se não temos poder de compra não podemos pensar no aumento de impostos, o que se faz sobre um valor acrescentado, portanto o imposto que existe é aquele que é possível fazer a cobrança», disse Gino Mendes.

Por outro lado, o governante reconheceu a existência de algumas situações de fraude fiscal, que aos poucos estão a ser combatidas pela sua instituição, tendo sublinhado que em nenhum momento a Guiné-Bissau viveu sem apoio orçamental para o pagamento dos salários e de outras despesas públicas.

Neste sentido, o responsável pela pasta das Finanças informou que há seis meses que o Executivo não beneficia de nenhum apoio orçamental pelos parceiros da Guiné-Bissau.

«Há seis meses que não há apoios orçamentais, estamos todos com atenção e foram pedidos apoios para as eleições Gerais. Sem apoio estamos com dificuldades», disse Gino Mendes.

Como solução para esta realidade, o ministro indicou os cortes nas despesas ou o aumento das receitas através de novos impostos. Contudo sublinhou que esta última medida não será possível com uma economia disfuncional.

«É uma situação que vai continuar a durar enquanto a Guiné-Bissau continuar sem voltar à normalidade institucional», informou o ministro das Finanças do Governo de Transição.

Como consequência imediata, Gino Mendes disse que os funcionários públicos vão continuar nesta situação de salários em atraso, mas desmentiu o desvio de fundos, como se pensa em alguns círculos do país.

«As receitas que temos são insuficientes para cobrir os valores mensais do pagamento dos salários», disse o governante, acrescentando que esta situação é do conhecimento de todos os responsáveis máximos de transição, desde Manuel Serifo Nhamadjo a Rui Duarte Barros.

«Todos os responsáveis deste país têm conhecimento desta situação» referiu, concluindo que o fim de toda esta conjuntura passa pelo apoio orçamental por parte da comunidade internacional e pelos cortes de várias outras despesas públicas.

Sobre esta matéria, fonte do Ministério das Finanças avançou à PNN que uma quantia de 4 mil milhões de F.cfa seria o valor suficiente para a cobertura dos três meses de salários aos funcionários públicos.


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