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terça-feira, 22 de julho de 2014

O Jornal de Angola voltou hoje a criticar as "forças negativas" em Portugal

O Jornal de Angola voltou hoje a criticar as "forças negativas" em Portugal que colocam "rótulos na Guiné Equatorial", desafiando Lisboa a seguir o exemplo de Itália, cujo primeiro-ministro visitou Luanda na segunda-feira.


Num editorial intitulado "Visita de amigos", aquele jornal, estatal, destaca, por entre vários elogios, a visita de 24 horas do primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi, a Angola, onde esteve acompanhado por uma comitiva de 25 empresários interessados a investir naquele país e que no seu conjunto representam uma facturação anual de 60 mil milhões de euros.

"A fina flor do empresariado italiano, o mesmo é dizer do mundo, está pronta para ajudar o nosso país a produzir mais riqueza, criar mais postos de trabalho e colocar a economia nacional cada vez menos dependente da produção de petróleo", lê-se no editorial.

Em contraponto, a presença do vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, em Luanda, na segunda e na terça-feira, e onde entretanto anunciou valores recorde nas trocas comerciais entre os dois países, de 7.500 milhões de euros em 2013, não é referida no editorial.

"Os nossos amigos italianos abriram a Angola as portas do 'G8' e permitiram que o Presidente José Eduardo dos Santos afastasse fantasmas que ainda pairam em alguns países e no espírito de políticos menos familiarizados com o percurso de Angola pela via da democracia e dos direitos humanos", recorda o único diário do país.

A visita de Matteo Renzi acontece, recorda o matutino, na presidência italiana da União Europeia, apontada como "um dos pilares com que Angola conta para diversificar a produção e sustentar o desenvolvimento económico". O "outro pilar", segundo o Jornal de Angola, é a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja cimeira de Chefes de Estado e de Governo se realiza na quarta-feira, em Díli, Timor-Leste, e que deverá concretizar a adesão da Guiné Equatorial.

"Aplaudimos as vozes que em Portugal defendem o estatuto do Cidadão da CPLP. Políticos como o socialista António Costa começam a olhar para a comunidade como uma oportunidade que passa largamente o folclore", refere o mesmo editorial.

Acrescenta, sobre o estatuto do Cidadão da CPLP, que "tarda em ser aprovado" e que "quanto mais tarde isso acontecer, mais paus entram na engrenagem do progresso da comunidade".

"Se em Portugal as 'forças negativas' perseguirem este objectivo em vez de colocarem rótulos na Guiné Equatorial, que saudamos como país membro de pleno direito da CPLP, então estamos no bom caminho. Se aprenderem com o exemplo de Itália, têm meio caminho andado", remata o editorial do Jornal de Angola.


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