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Joseph Pulitzer

quarta-feira, 20 de maio de 2015

ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MEDIÁTICA

AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MEDIÁTICA


O linguista Noam Chomsky (*) elaborou a lista das "10 Estratégias de Manipulação “através dos media.


1. A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neuro-biologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público OCUPADO, OCUPADO, OCUPADO; sem nenhum tempo para pensar; de volta à quinta com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2. CRIAR PROBLEMAS E DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Esse método também é denominado "problema-reacção-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reacção no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: CRIAR UMA CRISE ECONÓMICA PARA FORÇAR A ACEITAÇÃO, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3. A ESTRATÉGIA DA GRADUALIDADE
Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceite basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, PRIVATIZAÇÕES, PRECARIEDADE, FLEXIBILIDADE, DESEMPREGO EM MASSA, SALÁRIOS QUE JÁ NÃO ASSEGURAM INGRESSOS DECENTES, TANTAS MUDANÇAS que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A ESTRATÉGIA DE DIFERIR
Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE FOSSEM MENORES DE IDADE
A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adoptar um tom infantilizante. Por quê? "Aí alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou razão também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

6. UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

7. MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeia entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

8. ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE COM A MEDIOCRIDADE
Levar o público a crer que é moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. REFORÇAR A AUTO-CULPABILIDADE
Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua acção. E sem acção, não há revolução!

10. CONHECER OS INDIVÍDUOS MELHOR DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neuro-biologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

(*) Linguista, filósofo e activista político norte-americano. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusett





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