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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Espancamento de ministro "evidencia espiral de violência" na Guiné-Bissau diz Liga Direitos Humanos

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) considerou hoje que o espancamento de um membro do Governo de transição "evidencia de forma inequívoca a espiral de violência e insegurança generalizada" na Guiné-Bissau.

 

Em comunicado, a LGDH denuncia a agressão de um dos ministros de Estado do Governo de transição da Guiné-Bissau, Orlando Viegas, que foi espancado por desconhecidos na última noite, tal como avançaram à agência Lusa fontes governamentais e das Nações Unidas.
Aquele membro do executivo, dirigente nacional do PRS - Partido da Renovação Social, tem a pasta dos Transportes e Comunicações e é um dos três ministros de Estado do Governo de transição guineense. 

Segundo a LGDH, Orlando Viegas "foi brutalmente agredido na sua residência, no Alto Bandim [um bairro de Bissau], por um grupo de indivíduos, não identificado, como tem sido hábito nos últimos tempos", refere o organismo, numa alusão a outros atos de violência de que a população tem sido alvo.
A situação gera "enorme preocupação", face à "deterioração da situação de segurança no país, marcada pela crescente propagação de ondas de violência gratuita, num período extremamente sensível e conturbado".
No atual período de transição, após o golpe militar de 12 de abril de 2012, e enquanto se aguarda pela marcação de uma nova data para as eleições gerais, a Liga pede "contenção e a máxima responsabilidade a todos os cidadãos, em particular aos titulares de cargos públicos". 

O organismo realça que o espancamento de um membro do Governo acontece depois de "agressões físicas a cidadãos, incluindo agentes de defesa e segurança, durante o processo de formação no Centro de Instrução Militar de Cumeré, que culminou com algumas mortes e vários feridos".
Além de condenar o espancamento de Orlando Mendes Veiga, a LGDH pede a abertura imediata de um inquérito que encontre os responsáveis pelas agressões e os leve a julgamento. 

No mesmo comunicado, a Liga pede ainda às autoridades de transição para assumirem "as suas responsabilidades com vista a pôr cobro, de uma vez por todas, aos sistemáticos atos de violência que comprometem o sensível período de transição em curso e os esforços para a consolidação da paz".
O organismo de defesa dos direitos humanos questiona também "a permanência e a eficácia de ECOMIB [contingente militar e policial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)] na Guiné-Bissau, cujo mandato se resume na manutenção de segurança e proteção dos cidadãos no período de transição".
"Porém, mesmo com a presença desta alegada força de dissuasão há mais de um ano [na Guiné-Bissau], a situação de segurança tem-se deteriorado dia após dia, perante o olhar impotente da ECOMIB", conclui a LGDH. 

(in:lusa)

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